John Textor será julgado por declarações após derrota do Botafogo diante do PalmeirasVitor Silva / Botafogo

Rio - O jogo entre Botafogo e Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro de 2023 parece que ainda não terminou. O empresário americano John Textor, dono majoritário da SAF do Alvinegro, será julgado na tarde desta terça-feira (9), pelo Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na sede do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo, na Barra Funda, pelas declarações após a derrota por 4 a 3 diante do Alviverde.
Na ocasião, John Textor invadiu o campo após o apito final e afirmou que o Botafogo foi "roubado" pela expulsão do zagueiro Adryelson, aos 28 minutos do segundo tempo, quando vencia por 3 a 1. Depois, o Alvinegro ainda teve a chance de ampliar o placar em pênalti perdido por Tiquinho Soares, antes de sofrer a virada por 4 a 3.
O processo corre desde novembro. Textor foi denunciado três vezes no artigo 243-F (ofensa à honra) e uma no 258-B (invadir local destinado à equipe de arbitragem ou o local da partida). O empresário chegou a ser suspenso preventivamente por 30 dias. Depois, em julgamento de primeira instância, o executivo recebeu suspensão de 35 dias e multa de R$ 25 mil, já descontando os 28 dias cumpridos na suspensão preventiva.
Textor foi absolvido por unanimidade do artigo 258-B. Já o primeiro 243-F, direcionado ao árbitro Bráulio da Silva Machado, foi descaracterizado e modificado para o 258, sendo atribuída pena de 15 dias de suspensão por maioria. As outras duas denúncias no 243-F foram aglutinadas, definindo punição de 20 dias e multa de R$ 25 mil. A defesa entrou com recurso de efeito suspensivo e obteve sucesso.

Racha na relação com a presidente do Palmeiras

As declarações de Textor após a derrota diante do Palmeiras e, posteriormente, sobre os possíveis casos de manipulação de resultados no futebol brasileiro — ainda sem provar — causou um racha na relação com a presidente palmeirense Leila Pereira. A mandatária do Alviverde voltou a criticar o executivo nesta última segunda-feira (8), durante a premiação do Campeonato Paulista.
"Se pensarem bem, minhas declarações não são fortes. Eu falo a verdade. No futebol é difícil alguém chegar e falar a verdade. É simples. Não é forte. É aquele negócio filosófico, isso é Nietzsche: 'o quanto de verdade vocês suportam ouvir'. Eu falo a verdade. Quem é John Textor? É a vergonha do futebol brasileiro, um fanfarrão que tem que ser punido exemplarmente", disse Leila.
Textor afirma ter provas de manipulação em jogos de Palmeiras, São Paulo e Fortaleza. O empresário será julgado na próxima segunda-feira (15), pelo STJD, por causa das acusações sem provas. Leila Pereira cobrou que o executivo apresenta as provas e pediu o seu banimento do futebol, caso não as apresente.
No último dia 3, John Textor depôs à Polícia Civil do Rio e disse que foi por vontade própria. Ele deixou o local após três horas de depoimento e perdeu o primeiro tempo da partida entre Botafogo e Junior Barranquilla, da Colômbia, no Nilton Santos. Entretanto, na sexta-feira, a corporação desmentiu a versão do empresário e afirmou que ele foi intimado a depor.