John Textor é o acionista majoritário da SAF do BotafogoVítor Silva / Botafogo

Rio - Na noite desta quarta-feira, 5, John Textor publicou um vídeo da análise do VAR na expulsão de Adryelson na derrota do Botafogo para o Palmeiras por 4 a 3, no Brasileirão passado. O conteúdo conta com comentários que questionam a forma como o árbitro de vídeo daquela partida, Rafael Traci, mostrou as imagens ao juiz de campo, Bráulio da Silva Machado. O empresário acredita que "a apresentação do vídeo foi manipulada para dar uma falsa impressão" de que o atleta do Alviverde envolvido na jogada tinha controle e posse da bola.
O Botafogo vencia aquela partida por 3 a 0. No momento da expulsão, o placar era de 3 a 1. Adryelson recebeu o cartão vermelho porque a arbitragem interpretou que foi uma situação de DOGSO (deny an obvious goal scoring opportunity), sigla em inglês que diz "negar uma oportunidade óbvia de gol".

Veja os comentários de Textor no vídeo

"Primeira Declaração dos Quatro Elementos: Direção, Posse de bola, Zagueiro, Controle de bola... Mas como ele demonstra a Posse e o Controle de bola?"
"Árbitro de VAR recomenda a revisão por DOGSO para o árbitro de campo. Veja e ouça como TRACI instrui o Operador de Replay a parar o Vídeo em uma 'Imagem Congelada'... para dar a FALSA impressão de que a bola está perfeitamente dominada no pé do jogador do Palmeiras".
"TRACI manipula o replay do vídeo para que MACHADO veja uma imagem de perfeita posse e controle de bola que, na verdade, NUNCA existiu". 
"MACHADO confirma sua chegada ao Monitor do VAR para ver uma imagem parada que está enganosamente pausada para mostrar Posse e Controle de Bola... mas as condições exigidas pelo DOGSO de Posse e Controle de Bola NUNCA foram configuradas".
"Nenhuma das Quatro condições de um DOGSO foram atendidas, e o DOGSO exige que TODAS as condições sejam atendidas. Como resultado da manipulação da visualização do vídeo por TRACI para estabelecer de forma enganosa duas condições de DOGSO que NÃO foram cumpridas (Posse e Controle de Bola), MACHADO decidiu confirmar um DOGSO e expulsar o nº 34 Adryelson".
"Então, além da aparente manipulação de uma 'imagem congelada' para mostrar uma posse de bola que não existia, o que o Oficial do VAR TRACI escolheu NÃO mostrar ao árbitro da Partida? Havia um ângulo de câmera melhor para mostrar?".
Na sequência, Textor aponta um ângulo que o VAR não teria mostrado ao árbitro. De acordo com o empresário, essa outra imagem alteraria a visão do árbitro.
"...porque este é o ângulo da câmera que o árbitro de VAR TRACI não permitiu que o árbitro de campo visse Isso prova (1) que havia possibilidade de chance domínio da bola por parte do Adryelson, (2) que Adryelson realmente tocou na bola primeiro, (3), que não houve Posse ou Controle de bola pelo jogador do Palmeiras, e (4) que o engano da 'imagem congelada' mostrando posse de bola não passou de um breve desvio".
Para finalizar, John Textor faz uma ultima sequência de comentários que contam com questionamentos a Rafael Traci:
"O Tribunal de Justiça Desportiva decidiu duas vezes que a decisão do VAR de expulsar o jogador foi um erro, um erro que levou o Palmeiras a superar uma desvantagem de 1 a 3, e vencer o jogo decisivo do campeonato... e transformar uma provável desvantagem de 9 pontos na tabela do Campeonato Brasileiro em uma desvantagem de 3 pontos".
"Resta uma pergunta ao Sr. Traci: Por que a apresentação do vídeo foi manipulada para dar uma falsa impressão de Posse e Controle; e por que o melhor ângulo não foi compartilhado com o árbitro de campo?"
"A manipulação da apresentação do vídeo pelo árbitro do VAR Traci claramente destruiu o campeonato de 2023, mas não houve qualquer pedido para que ele esclarecesse as suas ações".
John Textor, acionista majoritário da SAF do Botafogo - Leonardo Bessa/Agência O Dia
John Textor, acionista majoritário da SAF do BotafogoLeonardo Bessa/Agência O Dia

Leila na CPI e críticas a Kajuru

A postagem foi ao ar horas depois da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, prestar depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e das Apostas Esportivas. Lá, a dirigente ressaltou que John Textor precisa provar as denúncias de manipulação e, caso não consiga, deve ser banido do futebol brasileiro.
Na publicação, o empresário também fez uma crítica ao presidente da CPI, Jorge Kajuru.
"Senador Kajuru, seus 15 minutos de fama quase expiraram… e tudo o que parecemos ter aprendido com sua investigação sobre manipulação de resultados em benefício do Palmeiras é que o senhor é torcedor do Palmeiras de longa data. Problemas sérios precisam de pessoas sérias. De que lado da história você ficará? A escolha é sua", escreveu Textor.
"Graças a Deus que temos a partida do Senado a resolver a investigação. Eles vão resolver isso! Não é?", ironizou Textor.