Ribamar  - Carlos Gregório Jr/Vasco
Ribamar Carlos Gregório Jr/Vasco
Por O Dia
Quando Ribamar chegou ao Vasco, em janeiro de 2019, uma coisa era sabida por todos: tratava-se de um atacante com pouco faro de gol. Em três anos como profissional, havia balançado as redes apenas 15 vezes por cinco clubes diferentes - Botafogo, Munique 1860, Athletico Paranaense, Pyramids e Ohod.

Uma média de cinco tentos por temporada. Três por time. Gabigol, do Flamengo, sozinho, só neste ano, já tem 28. Quase o dobro. Daí, nota-se a diferença natural não só de nível, de qualidade, como de característica.

Ainda assim, Alberto Valentim, técnico que levou o atleta para São Januário, insistiu na ideia de utilizá-lo como um centroavante típico, centralizado entre os zagueiros, pronto para finalizar. Ou seja, buscando explorar exatamente a sua principal dificuldade: a conclusão das jogadas.

Foram 23 finalizações em 11 jogos no Carioca - cinco saindo do banco - e nenhum gol marcado. Dos 23, segundo o Footstats, apenas sete foram na direção certa. Os números no Estadual só confirmaram a deficiência já conhecida e escancarada desde os seus tempos de Glorioso. Seus melhores atributos sempre foram mais físicos do que técnicos.

Ribamar não é o centroavante dos sonhos do torcedor, certamente. Nem mesmo de Luxemburgo, que o afastou assim que chegou ao clube. A questão é: talvez Ribamar nem seja centroavante. O que não quer dizer que não possa ser útil.

Ribamar tem velocidade, é alto e forte, características que nenhum outro atacante cruz-maltino reúne. Talles Magno e Marrony são rápidos e altos, mas não são fortes. Rossi é veloz e forte, mas é baixo. Clayton, contratado junto ao Atlético Mineiro nesta semana, idem. Tiago Reis é alto, mas não é ágil. Ribamar, apesar de menos habilidoso que os outros, tem as três valências físicas. É preciso saber usá-las.

Principalmente em São Januário, Luxa tem gostado de pressionar seus adversários no campo de defesa, marcando a saída dos laterais. Foi assim, por exemplo, que amassou o São Paulo de Daniel Alves e Juanfran outro dia. E nisso, Ribamar pode contribuir. Ainda mais se for aproveitado pelos lados, onde o Vasco perderá Talles Magno por algumas rodadas, defendendo a Seleção Brasileira Sub-17, e  que não tem nenhum reserva de confiança. Lucas Santos, Jairinho e Yan Sasse deixaram o clube, e Valdívia e Bruno César seguem devendo.

Se para fazer gols Ribamar sofre, para marcar, roubar e sair em velocidade, pode ser uma opção. Ainda que no banco de reservas. Até porque, independente de entrar em campo ou não, o Vasco terá que arcar com seus salários da mesma forma, já que tem contrato até o fim de 2020. Neste caso, até para uma negociação futura, é melhor ter o jogador em campo, ganhando oportunidades, do que encostado.