Anderson DaroncoLuciano Belford/Agência O Dia

No último domingo, 07, assisti atentamente a reportagem feita pela TV Globo com o árbitro Anderson Daronco, que faz parte do quadro da FIFA, e alguns pontos me chamaram bastante atenção. Falar de arbitragem no Brasil é sempre uma polêmica, até mesmo quando há um posicionamento de valorização do próprio profissional. Em suas declarações, Daronco afirmou que "Nós temos o melhor futebol do mundo, então pode ter certeza de que a nossa arbitragem também faz parte das melhores do mundo!". Como um todo, ele está 50% certo em sua declaração, mas existe o outro lado da moeda.
A arbitragem brasileira realmente é muito boa dentro daquilo que ela tem para trabalhar no contexto do futebol. Mas eu atribuo os outros 50%, que seriam o lado negativo, aos próprios árbitros que, por diversas vezes, perde a oportunidade de fazer com que a opinião da imprensa, torcedor, dirigentes, e todos que fazem parte do 'negócio futebol' sejam favoráveis à classe.
Recentemente eu estava num trabalho de campo, observando uma matéria de TV onde um árbitro avaliava imagens de situações de jogo, sendo que me chamou bastante atenção quando ele se refere ao lance dizendo: "Eu acho que pela imagem..."! Ora, a partir do momento que ele acha, ele não tem certeza. Se ele não tem certeza, para que está usando o VAR?!
Na prática, os árbitros dizem que são os melhores, mas quanto tem que provar tal fato, aplicando o cumprimento da regra e seus conceitos, são os primeiros a recuar. O trabalho sob pressão é algo comum a qualquer profissão. Médicos, policiais, professores, advogados, todos tem suas particularidades. Desde sempre os árbitros sabem que sofrerão tal tipo de cobrança, basta se posicionarem e terem atitude, que a pressão é transferida ou mesmo deixa de existir.
Ainda sobre a entrevista do Daronco, ele afirma que "É muito mais fácil atacar a arbitragem, que os caras vão ficar 24 horas falando acerca de arbitragem". Entendo que seja muito difícil para os árbitros desenvolverem seu trabalho, pois atualmente nem eles mesmos acreditam no que são capazes. Temos sim um ótimo quadro de árbitros, embora, como em todo lugar, temos também os ruins. Quem comanda é que terá os critérios para avaliar e ter sempre os melhores. Mas se não houver posicionamento, atitude, tomada de decisão, as pessoas não irão valorizar. É utopia!