Por rafael.arantes

Rio - Após quatro rodadas sem vencer, o Fluminense se aproximou perigosamente da zona de rebaixamento e conta com o esforço de todos para sair da incômoda situação. Profissional modelo, Jean fez falta no mês em que desfalcou a equipe. Recuperado de grave lesão muscular, o camisa 7 cumpriu a profecia de Vanderlei Luxemburgo e fez a diferença contra Goiás e Botafogo. Mas o Tricolor precisa de mais boas atuações de Jean, Sobis, Wagner... Exigente, Jean vê na qualidade de seu passe um diferencial e, portanto, se cobra muito. De olho na Copa de 2014, o volante-lateral acredita que qualquer detalhe possa pesar na decisão de Felipão.

Jean quer brilhar no FluDivulgação

O DIA: Depois de um mês, entre o tratamento de uma lesão muscular na coxa direita e trabalho de recondicionamento físico, você emplacou boas partidas contra Goiás e Botafogo. Como analisa seu atual momento no Fluminense?

Jean: Essa volta foi muito boa para mim. Do período parado pude tirar pontos positivos, como descanso, a recuperação com pessoal da fisioterapia. Esse tempo foi importante para a minha volta. Não dependia apenas de mim. Tive atenção do departamento médico, que acelerou a minha recuperação pela gravidade da lesão. Pude ajudar o Fluminense a sair com a vitória em Goiânia, com um gol. Posso dizer que foi a minha melhor partida no ano. Espero que o Jean de tenha voltado.

Que Jean você espera que tenha voltado?

Quando disse que voltei... Digo na questão dos gols. Minha média é boa para um volante que não fazia gols. Tenho quatro na temporada, o dobro comparado a 2012. Nesse aspecto particular o ano tem sido bom. Mas acho que estava faltando o futebol que mostrei em Goiânia, de consistência ao longo da partida, de desafogo no meio de meio-campo. Enfim, aquele Jean que ajuda a fazer diferença no Fluminense.

Em forma física e técnica, como você espera fazer a diferença pelo Flu na sequência do Brasileiro?

Acredito que nos passes. Posso ajudar mais. Esse é um fundamento em que me cobro muito. Fiquei feliz pelo meu desempenho contra o Goiás. Parece que não errei. É um desafio jogar os 90 minutos bem, com consistência e sem desperdiçar passes.

Depois de oito rodadas invicta, o Fluminense não vence há quatro partidas e voltou a se aproximar da zona de rebaixamento. Qual é o papel dos mais experientes nesta fase?

É neste momento que não só o Jean tem de aparecer, mas todos. O Fluminense já começou a mostrar isso com a sequência de oito partidas sem perder. Não só eu, mas os grandes jogadores, como Gum, Edinho, Diego Cavalieri, Carlinhos, Rafael Sobis que têm a cara do Fluminense. Nós, que temos mais tempo de carreira e certo nome no futebol, temos de aparecer nestes momentos. No Brasileiro, não tem rodada fácil. A pressão é constante.

Depois do salto na tabela com a sequência invicta, a torcida chegou a sonhar com a Libertadores. Qual é a realidade?

No futebol e na vida precisamos de objetivo. O de todo clube que disputa o Brasileiro é fugir o quanto antes da zona de rebaixamento. Esse ainda é o nosso objetivo. Depois, com tranquilidade, podemos pensar em outras metas. Afinal, o lugar do Fluminense é na parte de cima da tabela. Queremos acabar com o risco de rebaixamento. Temos totais condições.

Depois da saída de Abel Braga e do complicado início de Vanderlei Luxemburgo, muitos temeram pelo pior, mas o time conseguiu reagir. Qual é o segredo da reviravolta?

Esse pessimismo é natural. A torcida e a imprensa pensam no momento. Falaram em crise, mas trabalhamos com planejamento. Não pensamos em dois, três jogos... E, sim, em todo o campeonato. Essa é a diferença. Se pensássemos assim, teríamos desistido.

Você foi campeão da Copa das Confederações de 2013 convocado como lateral-direito. Nas últimas convocações da seleção brasileira, Maicon, do Roma, ganhou espaço. Como você vê essa situação?

Maicon é um grande jogador. Sua convocação é natural pela experiência, pois já disputou Copa do Mundo e é lateral de ofício. Tenho de demonstrar o meu valor para voltar à Seleção. Sei que mostrei o meu trabalho quando joguei. Se Felipão precisar, estarei pronto. Tenho que manter o foco e fazer um bom papel no Fluminense.

Mesmo que seja na lateral direita?

Meu futebol é melhor no meio, mas o treinador pensa no projeto. Se achar que posso render melhor na lateral, jogarei com muito prazer.

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