Rio - Maior número de gols sofridos em uma temporada nos últimos dez anos (94), oito jogos sem nenhuma vitória sobre o Flamengo, o maior rival, ainda com risco de rebaixamento faltando apenas três rodadas para terminar o Brasileiro e grave crise financeira, com dois meses de salários atrasados. O fim de ano é melancólico para o Fluminense, que tenta recuperar o mínimo de dignidade nesta reta final para não piorar ainda mais a relação com sua torcida.
"Contratações, dificuldade financeira, desempenho ruim. São vários fatores que explicam a nossa posição no campeonato. Temos que fazer a nossa parte nos três jogos que faltam para ter tranquilidade. E um 2018 digno do que o torcedor espera e a camisa do Flu representa", disse o lateral-direito Lucas.
Para isso, o Fluminense precisa vencer a Ponte Preta, segunda-feira, e afastar o risco de rebaixamento. Mas a pressão será enorme no Maracanã. Por isso, os jogadores pedem o apoio da torcida, mesmo sabendo que está irritada com a campanha.
"Também estamos chateados, queremos um final de ano melhor. Mas é o momento de a gente se unir para tirar de vez o Fluminense dessa situação", completou Lucas.
Os problemas tricolores estão longe de ficar apenas dentro de campo. Sem dinheiro, a diretoria busca um empréstimo para tentar pagar os dois meses de salários atrasados e os direitos de imagem dos jogadores. Além disso, terá de tratar a situação de Abel Braga. Apesar de ser visto como um dos pilares da reconstrução do time, o treinador interessa a Internacional e Palmeiras, e não está garantido em 2018, mesmo com contrato até o fim do ano que vem.
"Meu foco é o Fluminense. Quando acabar o campeonato, óbvio, vamos sentar e fazer uma avaliação de tudo o que foi feito, do que vai melhorar ou se não vai melhorar. E aí vamos chegar a um acordo. Nunca tive um trabalho tão difícil na minha vida. Que a gente possa terminar o ano, sentar e pensar. Porque é necessário rever muitas coisas", ressaltou Abel Braga.