Filipe Capuano é torcedor do Fluminense e estará na Arábia Saudita para acompanhar o Tricolor no Mundial de ClubesArquivo Pessoal

Rio - Figura carimbada em todos os jogos do Fluminense na campanha da Libertadores, o tricolor Filipe Capuano, de 24 anos, testemunhou de perto toda a trajetória em busca da Glória Eterna. Agora, ele quer mais: o título do Mundial de Clubes. Viagem em família, receio por visitar um novo país e o desejo de ver o seu clube de coração ser campeão fazem parte da saga do torcedor que não mediu esforços para poder acompanhar de pertinho o time carioca na Arábia Saudita. 
Apesar de ter assistido do estádio todos os jogos da Libertadores, Filipe, que trabalha como youtuber, relatou que sua presença no Mundial era incerta por causa dos seus gastos na campanha que levou o Fluminense à conquista da América. A decisão de viajar para o Oriente Médio surgiu quando comprou os ingressos que, de acordo com ele, conseguiu com certa facilidade.
"Eu estava analisando preço e tal, porque a minha vida toda eu pensei 'se o Fluminense jogar o Mundial, eu vou'. Eu não ganho muito, então gastei muito dinheiro em 2023 com Libertadores. Se você comparar com outras pessoas que foram, eu até que gastei pouco porque faço viagens muito econômicas, mas eu gastei muito dinheiro pro meu padrão. Aí eu pensei que não ia ter a grana pra ir e praticamente tinha desistido. Um certo dia fui dormir tarde e não sei porque abri um grupo de WhatsApp que não costumo abrir, que é do pessoal que viaja e eles falaram sobre venda de ingressos e mexeu comigo", contou.
"Comprei o ingresso muito fácil e fiquei pensando 'se eu consegui o ingresso é porque tem um sinal para eu ir'. Depois comecei a ver o planejamento pra viagem. Eu moro com minha mãe e minha irmã e elas gostam de viajar. Minha mãe já estava falando que queria fazer uma viagem com a gente no final do ano, uma viagem internacional. Aí eu fui jogando a sementinha do mal na cabeça dela no sentido de tentar ir para algum lugar na Europa para que eu consiga sair de lá e ir para a Arábia Saudita com um preço mais barato", completou Capuano.
Fanático pelo Fluminense, o torcedor contou com uma "forcinha" de sua irmã para ir ao Mundial e poder visitar um novo país com a sua família. 
"Minha irmã não liga muito para futebol, torce pro Fluminense, mas não acompanha futebol. Ela disse que assistiu a final da Libertadores, se emocionou, mas foi muito mais uma questão de ser o Fluminense e por mim do que ela em si. Então ela botou uma pilha 'pô, eu quero ir também, quero ir no Mundial'. Se a gente não conhecer a Arábia Saudita agora a gente nunca mais vai conhecer, é um lugar que a gente não pensava em viajar a turismo", relatou Filipe. 
"Comecei a montar um roteiro para abaixar o máximo possível os custos. Vou para Madri, passo um dia em Madri, durmo lá, vou pra Istambul, na Turquia, passo o dia na Turquia, durmo lá e chego na Arábia Saudita. Vou passar o tempo do Mundial na Arábia Saudita", pontuou. 
Capuano comentou sobre o medo e a apreensão de viajar para a Arábia Saudita com sua mãe e irmã por conta da cultura e leis do país.
"Eu fiquei muito apreensivo no começo porque sou eu de homem com duas mulheres. Fiquei pensando como ia ser isso porque a gente ouve muita coisa sobre a Arábia Saudita e não sei até que ponto as coisas são verdadeiras ou não são", disse ele que citou a visão que ocidente tem do Oriente Médio.
"A gente ouve muita coisa aqui no ocidente sobre como funcionam as coisas em países islâmicos. Eu nunca visitei um país de maioria islâmica, nunca visitei um país regido por leis islâmicas, então não sei muito bem como funciona. Até outro dia a Arábia não era aberta ao turismo, você não conseguia o visto como turista", completou.
O youtuber revelou que abrirá mão de sua tradicional cerveja durante os jogos para tentar se adequar às leis sauditas, que proíbem a comercialização de bebidas alcoólicas em locais públicos.
"Eu gosto muito de tomar uma cervejinha e lá não pode. Minha postura vai ser de respeitar ao máximo a cultura deles pra não ter nenhum tipo de problema, nem ter dor de cabeça. Acho que deve ser tranquilo por ter o evento e eles querem o evento ali, então vai ter uma preocupação maior do próprio governo saudita de não se ter nenhum problema. Qualquer problema que tenha ali a imagem deles que fica ruim", contou.

Pouco depois da partida entre Fluminense e Grêmio, pela última rodada do Campeonato Brasileiro, Capuano contou que ficou muito ansioso pelo momento que mais esperou em toda sua vida.
"Da viagem o que eu espero é ser feliz e campeão mundial. É isso que eu espero. Estou numa ansiedade brutal. Particularmente nunca sinto ansiedade para viajar, até mesmo nas viagens da Libertadores esse ano. Desde o jogo contra o Grêmio eu não falo de outra coisa, eu estou chato, só falo disso o tempo todo. É o Fluminense no Mundial de Clubes. É o momento que esperei a minha vida inteira", afirmou. 
O torcedor revelou sobre sua expectativa para o Mundial de Clubes e cobrou que o Fluminense jogue com a intenção de ser campeão e não ser mais um participante do torneio.
"Minha expectativa é a melhor possível. Primeiro porque eu cobro sempre o Fluminense campeão. Está disputando um torneio, tem que ser campeão. Não gosto do discurso de ir pra curtir o evento, pra fazer figuração, pra perder de pouco, pra não ser goleada. Eu odeio isso. O Fluminense tem que ganhar e acabou", salientou.
O Fluminense faz a sua estreia no Mundial de Clubes já na semifinal, no próximo dia 18. A equipe comandada por Fernando Diniz encara o vencedor de Al-Ittihad, da Arábia Saudita, e Al-Ahly do Egito, que se enfrentam nesta sexta-feira (15), às 15h (de Brasília).
"São dois times que vão dar trabalho. O Al-Ittihad tem os craques, o Al-Ahly é o Real Madrid da África e está sempre acostumado a chegar no Mundial, mas acho que o Fluminense tem condições de passar, é um time melhor que os dois", disse o torcedor.
A final será disputada no dia 22 de dezembro. Um dos grandes favoritos ao título é o Manchester City, atual vencedor da Liga dos Campeões. Para Filipe Capuano, as baixas no elenco do clube inglês somada a má fase que time atravessa faz ser o momento ideal para o Tricolor jogar contra o Citizens.
"Se existe um momento para enfrentar o Manchester City, esse momento é agora. O Manchester City está mal, oscilando, o De Bruyne que é o craque deles está machucado e não deve jogar, o Haaland que é o outro craque e artilheiro é dúvida. Então não tem momento melhor pra pegar o Manchester City. Estou confiante que a gente possa ser campeão", finalizou.
*Matéria do estagiário Matheus Mattos sob a supervisão de Pedro Logato