Jhon Arias foi o nome do Fluminense na conquista da Recopa sobre a LDU, com dois golsDivulgação / Fluminense

Quando os tricolores lembrarem do título da Recopa, invariavelmente terão como principal referência os dois gols de Jhon Arias para exorcizar o fantasma da LDU. Um dos destaques desse Fluminense que conquista títulos em sequência, o colombiano foi peça fundamental na Libertadores em 2023, mas, sem gols no mata-mata, ficou como coadjuvante de Cano e John Kennedy. Desta vez, protagonista da final no Maracanã, ele reforça cada vez mais o status de ídolo da torcida, numa história que por pouco não deu certo.
"O Fluminense tem sido um clube muito importante para mim, para a minha caminhada. Todo o pessoal me acolheu num momento muito difícil na minha vida. O futebol vai além das quatro linhas e eu estava muito machucado com o que aconteceu com a minha avó. O Fluminense conseguiu realmente me salvar. Todas as vezes que entro em campo estou com a sensação de retribuir ao que os caras têm feito por mim", afirmou.
É impossível falar dessa ligação com o Fluminense e não lembrar as dificuldades de Arias quando chegou, no meio de 2021. Sem se destacar, teve o maior baque da vida com a morte da avó, o que o quase fez pedir para ir embora. Foi abraçado e começou a ganhar mais chances com Abel Braga, no Carioca de 2022.
Mas a chegada de Fernando Diniz iria mudar de uma vez a história de Arias no Fluminense. De motor do time e peça fundamental nas últimas duas temporadas, o colombiano agora tornou-se herói de mais uma conquista internacional.
"Quando cheguei aqui ele era um talento imenso que só precisava de ajuda para dar conta de tudo o que tinha. Aos poucos ele foi reconhecendo a capacidade e tendo mais confiança naquilo que já tinha de talento. Não foi uma conexão fácil. Fomos indo e o negócio pegou. Ele está numa curva ascendente e sem parada. É um jogador muito diferente, que joga com alegria, confiança, com felicidade e convive com isso", elogiou o técnico Fernando Diniz.
 
A qualidade de Arias já dava para ser percebida até por quem enfrentava o Fluminense, mesmo quando não estava num bom momento, em 2021. Foi o caso de Felipe Melo, quando defendia o Palmeiras.
"Arias estava largado no Fluminense. Eu vim jogar com o Palmeiras no Maracanã, ele entrou no segundo tempo e eu falei " esse menino é bom". Então temos que dar crédito a quem o colocou para jogar, entendeu a raiz do problema do atleta", afirmou Felipe Melo.

Arias domina estatísticas no Fluminense

E os números, que vão muito além dos dois gols decisivos contra a LDU, comprovam o quanto valeu a pena recuperar Jhon Arias. Líder de assistências no elenco tricolor, com 18 ao todo desde 2023, ele também é quem mais dá passes decisivos (169) e dribles certos (235), entre outros fundamentos.
Muito participativo, ele contribui tanto no ataque quanto na defesa, sendo o segundo em participações em gols (34), em desarmes (91) e em bolas recuperadas (351). Os números são do Sofscore.