Terans foi o reforço que o Fluminense mais investiu dinheiro no primeiro semestreMarcelo Gonçalves / Fluminense
Reforços do Fluminense para o primeiro semestre estão sem jogar há meses
Em entrevista no início do mês, presidente Mário Bittencourt admitiu que contratações não surtiram efeito desejado
Após conquistar a Libertadores em 2023, o Fluminense gerou expectativa em seu torcedor no início do ano ao reforçar o elenco com nomes conhecidos do futebol brasileiro para se manter competitivo. Porém, meses depois, com o Tricolor fazendo uma péssima temporada e brigando pelo rebaixamento, é certo de se dizer que houve erros no planejamento para a montagem do plantel.
Afinal, dos oito jogadores contratados para a primeira metade de 2024, cinco estão há meses sem entrar em campo e um já deixou o clube - o atacante Douglas Costa. Mesmo com a longa ausência dos gramados, alguns não deixam saudade no torcedor, como o goleiro Felipe Alves e os meias Gabriel Pires, Renato Augusto e Terans, que perderam espaço após a chegada de Mano Menezes.
Um nome que poderia estar incluso ao lado desses jogadores é Marquinhos. Utilizado com frequência quando Fernando Diniz ainda era técnico do Fluminense, o atacante chegou a ficar 63 dias sem entrar em campo, mas foi acionado por Mano Menezes na derrota por 1 a 0 para o Atlético-GO, no final de setembro, pelo Brasileirão.
O único atleta que é exceção é Antônio Carlos. O zagueiro, mesmo com a mudança no comando técnico do Fluminense, continua atuando, seja entrando no segundo tempo de partidas ou começando como titular quando há ausências no setor defensivo da equipe. Ele é, inclusive, o reforço do primeiro semestre com mais jogos pelo clube (33).
Contratado para ser o reserva imediato de Fábio, o jogador foi pedido de Fernando Diniz, já que tinha facilidade para jogar com os pés. No entanto, Felipe Alves não defende a meta do Fluminense desde o dia 3 de março, quando foi titular na derrota por 4 a 2 para o Botafogo, pelo Campeonato Carioca. No total, foram apenas três partidas e o posto de segundo goleiro perdido, já que, atualmente, Vitor Eudes ocupa a função.
A ausência dos gramados também é reflexo nas relações para os jogos. A última vez que esteve presente foi no final de julho, no duelo com o Criciúma, pelo Brasileirão. Com contrato até o final do ano, a tendência é de que o vínculo não seja renovado.
O volante chegou ao Fluminense após passagem no rival Botafogo, mas os problemas físicos continuaram o assombrando. Na sua estreia contra o Nova Iguaçu, o camisa 22 teve uma lesão muscular que o tirou de ação por quase 30 dias. No entanto, em março, voltou ao departamento médico para tratar de dores no joelho, ficando quase três meses sem atuar.
Seu nome não é bem visto pelo torcedor. Além da dificuldade em se manter saudável, as poucas partidas que fez não convenceram. Assim como Felipe Alves, Gabriel Pires também não é relacionado para um jogo desde o final de julho, contra o Criciúma.
Talvez o reforço que mais trouxe expectativas ao torcedor do Fluminense, Renato Augusto ainda não convenceu. O meia perdeu espaço com a chegada do técnico Mano Menezes, estando há dois meses sem disputar uma partida.
Entretanto, o camisa 7 é considerado um dos jogadores mais empenhados nos treinamentos e ainda acredita que pode dar a volta por cima.
Segundo jogador mais caro desta temporada, Terans segue sem mostrar no Fluminense o jogador que foi na época em que defendia o Athletico-PR, clube onde teve grande destaque. Contratado por R$ 14 milhões junto ao Pachuca, do México, o meia ainda não foi utilizado por Mano Menezes.
Há mais de 100 dias sem atuar - última vez foi no duelo com o Grêmio, em junho, pelo Brasileirão -, ele soma 17 jogos pelo Tricolor, com um gol e uma assistência.
Jovem de 20 anos, o Fluminense viu em Lucumí uma aposta semelhante a que foi feita com Jhon Arias, em 2021. No entanto, a promessa no futebol colombiano, que chegou por empréstimo do Boca Juniors de Cali, ainda não conseguiu vingar.
O atacante chegou a engatar uma sequência de três jogos seguidos em campo, contra Grêmio, Fortaleza e Criciúma, pelo Brasileirão, mas, desde então, não apareceu mais. Ele, inclusive, chegou a ficar à disposição para o sub-20 do Fluminense na metade do ano, onde teve um início animador, marcando três gols em cinco partidas, porém, não voltou a jogar mais pelo time de baixo.
O contrato de Lucumí com o Fluminense termina no final do ano e há uma opção de compra prevista. Entretanto, uma permanência ainda não foi discutida, pondo em dúvida seu futuro no Rio de Janeiro.
Em entrevista coletiva no início deste mês, o presidente do Fluminense foi abordado sobre o planejamento do elenco para esta temporada. Ele evitou adjetivar de "erro", mas admitiu que algumas contratações não surtiram o efeito desejado.
"Não vou chamar de erro, mas de decisões que tomamos e que no momento entendemos que eram acertadas. Depois, ao longo do tempo, não surtiram o efeito que a gente desejou. Você planeja tudo na vida desejando o melhor, às vezes não acontecem como você planeja e você tenta corrigir o rumo", disse Mário Bittencourt.
*Reportagem do estagiário Lucas Dantas, sob a supervisão de Rodrigo Souza
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