Egor Kliuka voa para superar o duplo bloqueio de Wallace e Mauricio SouzaAFP

Rio - O passeio da Rússia na dominante vitória sobre o Brasil, por 3 sets a 0 (25/22, 25/20 e 25/20), na manhã desta quarta-feira, na Arena Ariake, exige uma reação enérgica e imediata da comissão técnica e dos jogadores na avaliação de Nalbert. Medalhista de ouro nos Jogos de Atenas, em 2004, o ex-ponteiro da seleção brasileira e atual comentarista da 'TV Globo', crê que a primeira derrota nas Olimpíadas de Tóquio escancarou os problemas já diagnosticados nas suadas vitórias sobre Tunísia e Argentina.
"Algo tem que mudar, e tem que mudar muito rápido. Uma mudança de atitude, de vibração, para voltar a ser o Brasil que a gente está acostumado a ver... Em três semanas, ninguém desaprende a jogar. Eles jogaram a semifinal e a final da Liga das Nações de forma exemplar. Tem alguma questão emocional aí", disse ao 'Redação SporTV'.
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Após a sofrida vitória, de virada, sobre a Argentina, por 3 sets a 2, na terça-feira, Bruninho, na coletiva concedida após o clássico sul-americano, admitiu um clima de tensão criado pela expectativa do bicampeonato olímpico no Japão. Uma série de atletas renomados têm o sentido o peso da responsabilidade, caso da ginasta americana Simone Biles e da tenista japonesa Naomi Osaka. Coincidência ou não, Nalbert avalia que nomes de destaque da Seleção ainda não renderam tudo que podem em Tóquio.
"O time, talvez, esteja sentindo o peso do favoritismo. Muitos jogadores abaixo do normal: Wallace, Lucarelli, Leal jogando abaixo dos 30% de efetividade. O nosso capitão, Bruninho, um cara vencedor, não está conseguindo desempenhar tudo o que a gente está acostumado. Eles estão preparados, mas tem que virar essa chave", avaliou.

Terceiro colocado do Grupo B, o Brasil volta à quadra da Arena Ariake nesta quinta, às 23h, para enfrentar os Estados Unidos. A vitória é fundamental para não aumentar a tensão para encaminhar a classificação na última rodada da fase, contra a França. Nalbert sugere uma enérgica reunião para aparar as arestas.
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"Os jogadores têm que conversar, tem que ser fechar. Tem que rolar uma reunião. Se for o caso, até uma reunião quente, para colocar tudo para fora. Para depois voltar e jogar o que sabem. Do jeito que está, as coisas não está acontecendo... Pressão não é novidade para essa seleção. Sempre tem expectativa por medalha de ouro. O que eles estão vivendo hoje não é algo inédito", destacou.