O presidente Alexandre Campello cobra celeridade da Justiça sobre o impasse no processo eleitoral do Vasco  - Rafael Ribeiro / Vasco
O presidente Alexandre Campello cobra celeridade da Justiça sobre o impasse no processo eleitoral do Vasco Rafael Ribeiro / Vasco
Por Lance
Rio - Aconteceu na tarde desta sexta-feira uma reviravolta no caso do Vasco com o volante Bruno Silva na Justiça. Após em primeira instância ter conseguido a rescisão indireta do contrato com o Cruz-Maltino e, posteriormente, assinado com o Guarani, a segunda instância reformou a decisão e o jogador voltou a ter contrato válido com o clube de São Januário até o fim deste ano. Agora, para jogar no Guarani, Bruno Silva terá que negociar diretamente com o Vasco os termos da rescisão.

A decisão foi da desembargadora Glaucia Zuccari Fernandes Braga, da Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1). A magistrada rebateu o argumento do juízo em primeira instância, que concedeu via liminar a rescisão do contrato de Bruno Silva com o Vasco por conta dos supostos atrasos de salários e dos depósitos do FGTS, lembrando que o Cruz-Maltino aderiu ao parcelamento do FGTS e já realizou pagamento a este título.

Com isto, a decisão desta sexta-feira afirma que "até que haja decisão final (...) declarando o direito à rescisão indireta do Contrato (...), não se está diante da probabilidade do direito alegado à rescisão indireta (...), menos ainda de algum perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo (...) isso posto (...) reconsidero a decisão agravada para, julgando haver fundamento relevante e fundado receio de que resulte do ato judicial impugnado a ineficácia da segurança, caso seja deferida ao final, determino a suspensão do ato que deu motivo ao requerimento de segurança".

Bruno Silva cobra R$ 712.639,99 de supostos atrasados do Vasco, e fez uma grave acusação de assédio moral contra o supervisor de futebol André Souza. No documento, o advogado do jogador informou ao juiz sobre o caso, no qual o dirigente teria enviado um áudio de aproximadamente 15 minutos ao atleta, admitindo que Bruno Silva ficaria sem receber salários caso permanecesse no Cruz-Maltino, e que teria que acionar a Justiça para receber os direitos, após não ser mais aproveitado na equipe.

André Souza teria dito que o atleta seria "encostado" da equipe principal do Vasco para tentar convencer Bruno Silva de uma transferência por empréstimo. Diferentes trechos de áudios constam no processo o que a defesa entende como assédio moral. O dirigente fala que o jogador treinaria em turnos diferentes e ficaria sem oportunidades com o resto dos companheiros, recebendo, inclusive, uma remuneração menor do que recebe atualmente. Estas acusações ainda não tiveram manifestação judicial.

Em sete jogos disputados em 2019, Bruno Silva foi titular em seis deles. Ele era um dos homens de confiança do técnico Alberto Valentim. Depois da final da Taça Rio contra o Flamengo, o volante só voltou a entrar em campo em duas oportunidades. Primeiro, em 7 de abril, contra o Bangu. Depois, contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro, quando atuou os 90 minutos. Em 2018, o jogador atuou em 15 partidas e começou jogando em 13 delas.

O LANCE! entrou em contato com o advogado Rodrigo Tittoto Acra, que representa Bruno Silva nesta ação no TRT-1. Ele afirmou que a equipe do jogador ainda não foi notificada da decisão da segunda instância, o que faz não ter como emitirem uma posição sobre os passos seguintes da defesa no processo. O empresário Roberto Santos declarou nesta mesma linha. Já o Vasco aguarda os próximos passados. A reportagem não conseguiu contato com o Guarani até o momento desta publicação.