Leandro Castan desfalcará o Vasco nas próximas duas rodadas do Brasileiro - Gilvan de Souza / Agencia O Dia
Leandro Castan desfalcará o Vasco nas próximas duas rodadas do BrasileiroGilvan de Souza / Agencia O Dia
Por Leonardo Damico
Rio - Após o adiamento da partida contra o Palmeiras no último final de semana, o Vasco da Gama estreia nesta quinta-feira no Campeonato Brasileiro. Contra o Sport, em São Januário, o Cruz-maltino busca começar o torneio com o pé direito, e o zagueiro Leandro Castán falou sobre o duelo. O defensor também analisou as projeções dos principais portais esportivos, que colocaram a equipe brigando na parte de baixo da tabela.

"Nós vamos enfrentar o Palmeiras cedo ou tarde, mas não fico pensando em retrospectos, isso é pra vocês (risos). Cada jogo vai ter uma história diferente. Agora enfrentar o Palmeiras ou o Sport para nós a atenção e o respeito são os mesmos. Não adianta a gente achar que vai ter jogo fácil, porque não vai. O Sport vem de vitória na primeira rodada, motivado, então temos que estar atentos e trabalhar em dobro", disse Castán, que completou:

"Em um campeonato tão equilibrado como é o Brasileiro, não é bom ficar fazendo projeções, porque não tem jogo fácil e qualquer um pode surpreender. Da nossa parte, não queremos fazer promessas, projeções, mas sim tratar cada jogo como uma final. O Vasco é um clube gigante, tem uma história de respeito, de títulos, então tem que entrar em qualquer campeonato buscando título, buscando as primeiras posições", disse o zagueiro ao 'Dia'.
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Depois de um início de carreira vitorioso, com a conquista do Brasileirão, Libertadores e convocação para a Seleção, Castán passou por um momento delicado na vida. Em 2014, quando atuava na Itália, descobriu um tumor no cérebro e passou longo período afastado dos gramados. Hoje, mais de cinco anos depois, o zagueiro é titular do Vasco, atuando em alto nível como capitão da equipe. O defensor comentou o momento atual da carreira.

"Eu realmente não esperava tudo isso, tudo que estou vivendo no Vasco, todo carinho que sempre demonstraram por mim, antes mesmo de eu assinar com o clube. Eu me sinto adaptado ao clube, ao Rio de Janeiro, então espero aproveitar ao máximo esse sentimento. Quero honrar a camisa do Vasco, quero devolver esse clube à galeria dos títulos, porque é um clube gigante, com uma história vitoriosa, e quem defende essa camisa tem que pensar assim", disse o jogador, que emendou:

"Ainda não penso em aposentadoria. Eu procuro me cuidar ao máximo, durante a quarentena eu intensifiquei os trabalhos em casa, treinei ainda mais, porque sabia que o retorno seria mais difícil. Eu quero jogar enquanto eu puder atuar em alto nível, competir, brigar pela última bola... Eu sou muito competitivo, então enquanto meu corpo responder e me deixar dar tudo em campo, vou seguir jogando", explicou Castán.
Leandro Castan não jogou o clássico contra o Flamengo - Luciano Belford/Agência O Dia


Aos 33 anos, o capitão já passou por grandes clubes do futebol nacional e internacional, como Atlético-MG, Corinthians, Roma, Sampdoria, Torino e Cagliari. Pelo Cruz-maltino, onde atua desde agosto de 2018, Leandro Castán já soma 68 partidas, com dois gols anotados e o título da Taça Guanabara do ano passado. Neste ano, o defensor chegou ao jogo de número 400 na carreira, contra o ABC, pela Copa do Brasil.

Confira outros trechos da entrevista com o zagueiro:

Avaliação do trabalho de Ramon Menezes
"Eu não gosto de ficar comparando, de ficar falando de treinador que já saiu... Acho que tivemos pontos positivos com outros treinadores que agora o Ramon vai aproveitar... e outros pontos que tinham que ser ajustados, estamos trabalhando para ajustar... O Ramon é um cara que viveu o Vasco como jogador, é vitorioso aqui, estava na comissão técnica antes, conhecia bem todo mundo do elenco, todos confiam muito nele para fazer um grande trabalho. Esperamos que as coisas boas que temos visto no dia a dia e que temos feito nos treinos, jogos-treinos, sejam colocados em prática nos jogos oficiais"

Ausência da torcida nas partidas
"Com certeza, fará muita falta a torcida em São Januário. Aquele clima de caldeirão, de pressão da torcida, sempre fez muita diferença para o Vasco. Eu senti isso jogando contra e agora sei o quanto é importante a favor. Vamos ter que nos superar ainda mais em campo e contar com o apoio da torcida à distância. Eles sempre demonstraram apoio virtualmente, como no caso dos sócios, na construção do CT, então não tenho dúvidas que vão dar um jeito de seguir nos apoiando"

Situação financeira do Vasco
"Esse é um assunto que já está acordado entre diretoria e jogadores e vamos pensar daqui para frente. Tivemos um respaldo do vice-presidente José Luis, ele nos deu segurança de que as coisas iriam se resolver e tudo foi acordado. Nosso grupo nunca deixou de correr durante todo esse tempo, então a motivação seguirá a mesma. Vestir a camisa do Vasco, disputar um Brasileiro, uma Copa do Brasil, uma Sul-Americana, já é motivação suficiente. A motivação é honrar a camisa do Vasco e buscar voltar a escrever a história gloriosa do clube"

Jogo de volta contra o Goiás na Copa do Brasil
"Vamos ter que correr atrás, fazer um grande jogo para tentar reverter a situação. Mas assim como eles nos venceram em São Januário, a gente pode vencer na casa deles. O duelo está em aberto. Mas vamos pensar na hora certa, agora o foco é o Brasileiro, começar bem a competição, para depois a gente retomar a Copa do Brasil e tentar reverter para classificar"

Chegada dos novos reforços
"Nós estamos vivendo um ano atípico, então reforços, jogadores de qualidade, sempre serão bem-vindos. Nós ficamos muito tempo parados, então vai ser um grande desafio recuperar o ritmo de jogo, encarar esse calendário que vai ter jogo atrás de jogo... Então, volto a dizer, vamos precisar de todo mundo e todo mundo será importante para os nossos objetivos na temporada"