O presidente Alexandre Campello cobra celeridade da Justiça sobre o impasse no processo eleitoral do Vasco  - Rafael Ribeiro / Vasco
O presidente Alexandre Campello cobra celeridade da Justiça sobre o impasse no processo eleitoral do Vasco Rafael Ribeiro / Vasco
Por O Dia
Rio - Caldeirão da torcida, São Januário ferve dentro e fora das quatro linhas. Não bastasse a indefinição sobre o futuro presidente do clube, posto pleiteado na Justiça pelos concorrentes Luiz Roberto Leven Siano e Jorge Salgado, a goleada por 4 a 1 sofrida para o Ceará, na segunda-feira, em casa, manteve o Cruzmaltino no Z-4 do Brasileiro e pesou o ambiente. Poucas horas antes de a bola rolar para o segundo e decisivo jogo contra o Defensa y Justicia, da Argentina, que vale vaga nas quartas de final da Sul-Americana, integrantes de organizadas protestaram na entrada do CT do Almirante.
No último mês de mandato, o presidente Alexandre Campello, em tom de desabafo, se pronunciou sobre o conturbado momento do Vasco. Em seus últimos atos como mandatário cruzmaltino, relevou que desceu para o vestiário após a goleada para o Ceará e elevou o tom de cobrança após a vexatória atuação em São Januário. Em 17º lugar no Brasileiro, com 24 pontos, o Vasco tem 36% de risco de rebaixamento.
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"O que eu posso falar sobre o momento atual do futebol do clube é que obviamente estou muito decepcionado, assim como qualquer outro vascaíno, bastante insatisfeito. As cobranças têm acontecido. Na segunda-feira, após o jogo dentro do vestiário nós tivemos uma conversa dura, uma conversa de cobrança. Uma cobrança feita para todos, comissão técnica, funcionários, jogadores e a própria diretoria", disse Campello, revelando mais detalhes sobre a reunião:
"A gente entende que esse é um momento que requer uma concentração muito grande, que cada um de nós precisa dar algo algo mais, precisa ter uma entrega maior do que a que vem sendo dada para que a gente saia dessa situação. É inadmissível que o Vasco esteja na posição que está no Brasileiro com o elenco que tem. O Vasco não tem um elenco que justifique estar nessa posição. Acredito que, com o elenco que temos, deveríamos estar numa posição bem superior em relação à que nós nos encontramos hoje", finalizou.


À espera de uma resposta convicente no confronto com o Defensa y Justicia, nesta quinta-feira, às 21h30, em São Januário, Campello lamentou o desenrolar do processo eleitoral do Vasco, com dois candidatos eleitos e a promessa de uma longa disputa no campo jurídico.
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Confira abaixo os trechos em que o atual presidente avalia o conturbado momento político do Vasco, que prejudica a transição para a próxima diretoria:
"Em relação à turbulência política, nós temos visto algumas manifestações dos agentes políticos que se preocupam muito mais com suas ambições pessoais e políticas sem se preocupar com o clube. O que esses candidatos estão fazendo em relação ao clube é algo deplorável, reprovável e que tem afetado diretamente a vida do clube. Tenho sido perguntado frequentemente sobre a transição, eu quero deixar muito claro para o torcedor vascaíno que a transição vai acontecer e vai ser feita de forma tranquila, mas eu preciso saber primeiro quem vai me suceder.
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Os candidatos discutem se a eleição que vale é a do dia 7 ou do dia 14. A gente precisa é de uma definição da Justiça para que a gente faça uma transição da melhor maneira possível. Eu posso assegurar que ela será feita assim, mas é importante que a gente entenda que quem for eleito vai ser eleito para um mandato que começa depois do dia 15 de janeiro.

Portanto toda a gestão do clube até essa data é da atual diretoria, que não se furta de passar informações e de trabalhar em conjunto com quem quer que seja desde que a gente saiba quem será o novo presidente do clube.

A transição será feita no momento ideal. Agora nesse momento eu acho que os candidatos deveriam se preocupar muito mais com o clube que vão assumir em janeiro, com as dificuldades que o clube tem enfrentado por conta dessa briga sem fim, dessa luta judicial que atrapalha em tudo. Muitos contratos e muitos parceiros acabam ficando em compasso de espera, não avançam em negociações por conta dessa insegurança.

Portanto seria muito importante que houvesse o mais rápido possível uma definição. E, enquanto ela não acontece, que os candidatos se comportem pensando no clube e não somente nas suas ambições pessoais. Não existe nenhum tipo de descontrole, o clube não está abandonado. Essa gestão tem feito questão de trabalhar com afinco e está comprometida em entregar o Vasco em janeiro de 2021 muito melhor do que o Vasco que recebemos em 2018. Esse é um compromisso dessa gestão e que a gente leva muito a sério. Tenho certeza que o presidente que assumir no próximo ano vai encontrar um Vasco muito melhor do que aquele que encontrei em 2018".