Visão aérea de todo o complexo de São Januário no projeto de reforma que o Vasco pretende fazerReprodução

A Câmara de Vereadores do Rio aprovou em segunda discussão o projeto de lei de transferência do potencial construtivo de São Januário, o que permitirá ao Vasco dar prosseguimento às obras de reforma do estádio. Com a presença do presidente do clube, Pedrinho, todos os 45 vereadores votaram pela aprovação do PL com as emendas discutidas.
Agora, o projeto de lei sobre o potencial construtivo de São Januário será enviado à Comissão de Justiça e Redação para a redação final, que será publicada. Em nova consulta no plenário, se não houver mais emendas, o PL irá para a sanção do prefeito Eduardo Paes (PSD) em até 15 dias.
Após isso, o Vasco terá de fechar com um dos três interessados na compra - tem conversas avançadas com uma construtora. A ideia de Pedrinho é dar início às obras até o fim deste ano.
A segunda votação deveria ter ocorrido na quinta-feira (13), mas foi adiada para que as emendas no projeto fossem melhor avaliadas e houvesse um acordo entre vereadores e técnicos da Prefeitura pelo texto final do PL.
A emenda mais importante para o Vasco, que inclusive teve a inclusão a pedido da diretoria do clube, permitirá a venda de uma vez de todo o potencial construtivo. No texto inicial, o clube teria que vender aos poucos, de acordo com o andamento da obra.
Com a mudança, será criada uma terceira conta para receber todo o dinheiro em caso de uma única venda de todos os 197 mil metros quadrados de sobra de potencial em São Januário. O valor, entretanto, será liberado em partes ao Vasco, à medida que a obra alcança metas de avanço, e deve ser todo utilizado nela.
Entre as 84 emendas (12 foram rejeitadas), houve também a inclusão da definição de um perímetro para as obras no entorno do estádio, com definição de até onde deverão acontecer as intervenções. Outra garante recursos para o fundo municipal de mobilidade, para que a prefeitura invista para melhorar o trânsito nas regiões (Avenida das Américas, na Barra, e Avenida Brasil) que terão aumento populacional com a liberação de construções acima do gabarito permitido.

Como foi o andamento do projeto

Na primeira votação, no dia 6, o texto foi aprovado, com votos favoráveis de todos os 45 vereadores presentes. Houve também três audiências públicas, uma na câmara de Vereadores, outra na Barra e a última em são Januário.
Com o apoio dos vereadores, o Vasco viu a discussão passar por todo o trâmite necessário em cerca de quatro meses, tempo inferior ao rito normal, que terminaria em outubro. A expectativa é conseguir o quanto antes a aprovação do projeto de lei, para que possa vender esse potencial construtivo por R$ 500 milhões, o que garantiria praticamente todo o dinheiro para a reforma de São Januário.

Sobre a reforma de São Januário

O projeto para o estádio foi desenvolvido pela WTorre, na gestão do ex-presidente Alexandre Campello, e realizado pelo arquiteto Sérgio Dias. O custo da obra está orçado em R$ 506 milhões.
Com a reforma, a capacidade de São Januário passaria para 47.383 pessoas, sendo 32.743 em pé na arquibancada. Estão previstas também as construções de duas torres na fachada histórica da sede do Vasco, assim como um novo ginásio poliesportivo, assim como outras alterações.

O que é o potencial construtivo?

O potencial construtivo diz o quanto de m² pode-se construir no terreno, respeitando a zona da cidade. São Januário, por exemplo, está localizado em uma região que permite um grande potencial construtivo, mas não o utiliza em sua totalidade.
Por isso, o projeto de lei visa transferir essa "sobra" para que sejam construídos prédios com gabaritos maiores do que o permitido em terrenos especialmente na Barra da Tijuca, na Zona Oeste (RJ), e na Avenida Brasil.
O Vasco garante já ter interessados em adquirir essa transferência, para ter a liberação para construir empreendimentos nesses duas regiões.