Rio - Quando a bola rolar nesta quinta, às 21h50 para Vasco e Nacional, milhares de vascaínos estarão presentes em São Januário, mas o torcedor mais apreensivo pela classificação às quartas de final para a Copa do Brasil estará a 2.600km de distância. Jaldo Saraiva, que mora no pequeno município de Augustinópolis, no interior do Tocantins, vai acompanhar com o coração na mão mais um jogo do filho adotivo Marlone.
Ex-vereador na cidade de apenas 16 mil habitantes, seu Jaldo garante que vai fazer uma grande festa na hora do jogo, de frente para a TV. Até porque, se quisesse ver a partida ao vivo e a cores na arquibancada de São Januário, ele teria que passar cerca de nove horas dentro de um avião ou encarar dois dias e meio de estrada até chegar no Rio.
“É uma grande chance e ele batalhou muito por isso. No início ninguém acreditava, mas ele passou por muita coisa e hoje está no time titular. É uma felicidade que não tem tamanho, dá vontade de chorar. Hoje vou reunir alguns amigos e ver o jogo. A cidade inteira vai torcer por ele, até quem não é vascaíno”, afirmou.
Seu Jaldo relembrou que, na infância, Marlone ganhou um apelido de alguns moradores da cidade e que matava muita aula no colégio para jogar futebol. “Na escola ele era aplicado, mas levava a chuteira escondido e fugia para jogar bola. Como o cabelo dele era bem branquinho, algumas pessoas o chamavam de açúcar”, entrega o pai.
Antes de chegar ao Vasco, em 2006, Marlone passou um ano em uma escolinha em Belo Horizonte, mas foi dispensado. O meia, porém, não desistiu e passou em uma peneira do Vasco, em Imperatriz, no Maranhão, cidade vizinha a Augustinópolis. Em 2009, Marlone foi promovido aos profissionais, justamente pelas mãos do técnico Dorival Júnior.
“Ele (Dorival) é um anjo na vida do meu filho. Ele pediu para o Vasco contratá-lo porque tinha futuro. Deu chance para ele jogar contra o Corinthians e, agora, está botando ele no time novamente”, completou o pai coruja.