Por edsel.britto

Rio - Poucos puderam escrever o nome na história do Carioca. Na galeria dos ‘imortais’, lances como o gol de falta de Petkovic, o de barriga de Renato Gaúcho, a polêmica entre Marco Antonio e Ubirajara, a ‘Dança da Bundinha’ de Edmundo ficaram eternizados na memória do torcedor. Léo Lima, pelo Vasco, gravou o seu nome com um lindo cruzamento de letra na final de 2003. A pintura, que originou o gol do título feito por Souza, até hoje serve de inspiração para os vascaínos, que amargam um longo jejum desde então.

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Por ter vencido a primeira final por 2 a 1, o Vasco poderia até perder por um gol de diferença que sairia do Maracanã campeão. Mas, aos 30 minutos do segundo tempo, com o placar em 1 a 1, Léo Lima, que já havia deixado o seu na etapa inicial, improvisou.

Léo Lima fez o primeiro gol e decidiu a final de 2003 para o VascoArquivo

'UM TOQUE DE DEUS’

O apoiador, à epoca com 21 anos, recebeu na ponta esquerda, arriscou um drible, errou, mas a bola acabou sobrando para ele. “Não tinha posição para cruzar com o pé esquerdo. Então, na hora e sem ter treinado antes, resolvi arriscar. Aquele passe de letra não foi premeditado. Acho que foi um toque de Deus”, explicou.

Aos 31 anos, ele defende o Al-Sharjah, dos Emirados Árabes: “Ainda não parei de jogar, mas esse é o lance que marcou a minha carreira. Igual ao gol de barriga do Renato Gaúcho. Sempre vão falar. Tem gente que já batizou aquele meu cruzamento de ‘o gol de letra do Léo Lima’, mas a bola ainda passou pelo Cadu antes de sobrar para o Souza marcar. É muito legal esse carinho”.

Se não bastasse que o lance improvável fecharia com sucesso a campanha de 2003, Léo Lima jamais imaginou que a sua letra seria a última lembrança de glórias do Vasco no Carioca. “Pela grandeza do clube, ninguém imaginou que o Vasco ficaria tanto tempo sem ganhar o Estadual”, disse.

De lá para cá, passaram-se 12 anos. Tempo suficiente para uma nova geração de jogadores e torcedores surgir. No atual elenco, há quem enalteça o feito daquele ano e o use como combustível para o fim do incômodo jejum. O atacante Rafael Silva, uma criança de 12 anos naquela final, revelou recentemente que até hoje fica perplexo com a pintura de Léo Lima.

“É muito legal esse reconhecimento dele. Eu o vi jogar e tenho certeza de que dará muitas alegrias aos vascaínos. Estarei na torcida pelo Vasco, enfim, ser campeão novamente. Vamos ganhar desta vez”, decretou Léo Lima.

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