Rio - Guiñazu é pitbull, gritam orgulhosos os torcedores. Mas o cão de guardas do Vasco, que há tanto tempo intimida os adversários, não chega a ser tão feroz assim. O capitão do time é um dos mais queridos do Gigante, mostra sensibilidade com os mais novos e, com pequenos gestos, mostra porque tornou-se ídolo na Colina antes mesmo de conquistar o primeiro título.
Um dos principais reforços em 2013, Guiñazu se machucou gravemente logo em sua estreia, ficou muito tempo fora, pouco atuou e não ajudou a evitar que o Vasco fosse rebaixado. Fora de campo, entretanto, em um vídeo que vazou na internet, El Cholo não poupava palavrões para pedir respeito ao clube.
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Embora tenha alegrado grande parte dos vascaínos, o jogador evitou a polêmica na época. “Foi uma coisa sem maldade”, afirmou na época. Meses depois, na final do Carioca do ano passado, Guiñazu surpreenderia de novo. Mesmo com o pé direito fraturado, ele jogou os 90 minutos das duas decisões contra o Flamengo e só iniciou o tratamento após a competição.
O título não veio, mas o respeito e a admiração dos vascaínos, sim. Jogou a Série B como se fosse sua primeira disputa e, em dezembro, renovou o contrato por mais dois anos com o Gigante. Aos 36, provavelmente encerrará sua vitoriosa carreira na Colina.
“Ele tinha a vontade de encerrar a carreira no Vasco. É um jogador que honra a camisa do clube e, com duzentos anos ou trinta, teria renovado do mesmo jeito”, disse o presidente Eurico Miranda, quando abordou o assunto. Referência do grupo, Guiñazu também pode ser chamado de paizão no Vasco. É o jogador que mais brinca, que gosta de jogar videogame na concentração e que dá conselho para os mais novos.
Nos treinos, quase sempre faz questão de levar os filhos Lucas e Matias, em momentos que troca a famosa ‘cara amarrada’ por um largo sorriso. Família é um dos pilares do volante e este ano precisou dar mais uma prova de dedicação ao Vasco.
Ele abandonou a pré-temporada para acompanhar o enterro do pai, na Argentina, mas voltou poucos dias depois diretamente para Manaus para defender o Gigante em amistoso contra o Flamengo. Se não bastasse, Guiñazu saiu de campo com o joelho machucado, mas voltou a se superar ao voltar a jogar 16 dias após a sua cirurgia.
“Guiñazu é um cara de caráter fantástico, um trabalhador, e por isso é exemplo e querido por todos”, elogiou o técnico Doriva.