Rio - Ainda não se sabe ao certo qual será a cara do Vasco a partir de agora. Mas, em São Januário, uma coisa já ficou clara. A mudança de comando mexeu com a rotina, mudou hábitos e deu novo gás ao grupo. Saiu a tranquilidade de Doriva, que nem sequer falava palavrões, para a entrada de um Celso Roth explosivo, pilhado e impaciente em busca da recuperação do time no Brasileirão.

“Desculpem, estou sem voz”. O pedido veio de quem se disse gripado, mas que não poupou os gritos e os xingamentos nos últimos dias. Nem mesmo um erro de português de Rafael Silva passou batido pelo comandante detalhista no treino de quarta-feira: “Rafael foi querer me responder rapidamente e, em vez de falar ‘sei’, ele disse ‘sabo (sic)’. Foi motivo de muita risada no treinamento”. Momentos de descontração, no entanto, foram poucos.
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Seguindo o estilo linha dura, Celso Roth manteve a seriedade e não deu sossego aos atletas. Ele cobrou, orientou e exigiu do grupo mais atitude. “Peguei um ótimo trabalho de seis meses do Doriva. É um elenco campeão carioca. Por isso, não quero marcação só, pois o Vasco não é apenas isso. Quero equilíbrio, personalidade e coragem no ataque também”, afirmou o treinador, que aproveitou para fazer um alerta.
“Não adianta chegar com essa energia toda, passar os melhores trabalhos, ter os melhores equipamentos se os jogadores não aceitarem o que eu quero propor. Mas senti que todos estão atentos”, elogiou.
Embora assuma que manterá a base do time que perdeu para o Sport, na rodada passada, Celso Roth faz mistério, mas deixa no ar que o Vasco pode entrar em campo com algumas novidades amanhã, contra o Flamengo: “Se eu vou revelar a escalação? É lógico que não.”
STJD pune com um jogo e R$ 20 mil
Julgado no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o Vasco foi punido com a perda de um mando de campo e multa de R$ 20 mil. O clube foi considerado culpado pela explosão de uma bomba no gramado de São Januário após a derrota (3 a 1) para o Cruzeiro, no dia 13.A pena, porém, deve ser cumprida na partida contra o São Paulo, já negociada para ocorrer em Brasília.
Denunciado no artigo 213 do CBJD — ausência de providências para prevenir e reprimir desordens e lançamento de objetos em seu estádio —, o clube poderia pegar até dez jogos de gancho.