Rio - O Vasco passa por um choque de realidade após sua pior estreia na história dos Campeonatos Brasileiros. Em busca de reação imediata depois dos 4 a 0 impostos pelo Palmeiras, a meta é reforçar a defesa, o setor mais deficiente. A possível chegada dos zagueiros Breno, Bruno Paulista e Anderson Martins — além de Paulão, que será apresentado oficialmente nesta quarta-feira — é um alento, mas não vai resolver todos os problemas da equipe vascaína.
A goleada sofrida na primeira rodada do Brasileirão, porém, teve um lado positivo: ligou o sinal de alerta em um clube que foi rebaixado três vezes para a Série B nos últimos nove anos e provou que não há técnico, trabalho ou tempo que camuflem a fragilidade do elenco em um campeonato tão equilibrado.
Embora pareça mais fácil culpar o zagueiro Jomar pela atuação desastrosa no Allianz Parque, ao cometer dois pênaltis determinantes no placar do jogo, fato é que o técnico Milton Mendes não tinha sequer um único zagueiro de origem no banco de reservas durante a partida.
"É pai de família, é responsável, treina como ninguém. Contra o Flamengo ele comandou nossa defesa. Contra o Palmeiras não foi o dia dele. Não tem qualidade? Não é um jogo que diz se o jogador é ruim ou não", afirma Jean, que saiu em defesa do companheiro.
Mas os problemas não param aí. A estreia forçada da promessa Paulo Vitor, 17 anos, prova que há um preço a pagar quando não se tem dinheiro em caixa para fazer grandes contratações. A garotada fez bonito e promete, mas o goleiro Martin Silva já perdeu a conta de quantos milagres fez nos últimos jogos.
Ao que parece, passou da hora de veteranos como Nenê e Luis Fabiano fazerem a diferença. Se a bola não entra é preciso correr dobrado e fazer de tudo para mudar a maré. Mais do que nunca cabe à dupla puxar a fila.