Wilson Santiago, em casa, com a página Memórias de Itaguaí aberta no computador: imagens para preservar vivos os registros históricos da região - Arquivo pessoal
Wilson Santiago, em casa, com a página Memórias de Itaguaí aberta no computador: imagens para preservar vivos os registros históricos da regiãoArquivo pessoal
Por Jupy Junior
ITAGUAÍ – Apaixonado por história, o hoje advogado Wilson Ferreira Santiago, 42 anos, ainda era estudante de Direito quando teve a ideia. Ao trabalhar na Prefeitura de Itaguaí, percebeu que a memória da cidade onde mora não estava devidamente registrada ou não era de conhecimento amplo. Foi então que resolveu abrir uma página no Facebook intitulada “Memórias de Itaguaí”. Criada em 2012, a página hoje tem 5.597 seguidores e muitos colaboradores apaixonados. O conteúdo: imagens históricas, algumas do começo do século passado, e histórias que às vezes só a oralidade conta, sem registros em livros ou documentos.
Rua Doutor Curvelo Cavalcanti, início do século passado, ainda sem calçamento - Reprodução internet - Memórias de Itaguaí
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“Começou como uma brincadeira, criei a página no computador de casa. Busquei primeiro fotos na internet, visitei o site da Biblioteca Nacional e conversei com pessoas antigas na cidade, que forneceram fotos e contaram histórias. Eu resumo e tento publicar por meio de imagens e textos curtos para as pessoas se identificarem”, conta Santiago.
E elas se identificam. Tanto que enviam imagens e histórias, mostrando onde cresceram, onde conheceram o atual marido ou esposa.
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“Vi que as fotos antigas de uma cidade contam a história de pessoas, de famílias, de vidas, é uma viagem emocionante. É muito recompensador despertar bons sentimentos. A ideia era mesmo resgatar essas memórias”, explica o advogado. Segundo ele, a depender do tema, algumas imagens recebem até 100 mil visualizações, isso sem nenhum tipo de impulsionamento pago.
QUASE ANÔNIMO
Santiago, que mora no bairro Chaperó, diz que conversa com fãs sem que eles saibam de quem se trata: “O engraçado é encontro com as pessoas na rua que interagem comigo na página e muitos não sabem que eu sou o moderador. É legal manter o anonimato por questões políticas, é bom para garantir a isenção. A intenção da página nunca foi defender posições políticas, e sim trazer boas recordações e curiosidades que mostram a transformação pela qual a cidade passou”.
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Sede provisória da prefeitura de Itaguaí, sem data definida - Reprodução internet - Memórias de Itaguaí
“Memórias de Itaguaí” acaba sendo também um importante documento não só de Itaguaí, mas da região. Wilson diz que uma rede de amigos faz aumentar o acervo, que não para: “Me enviam fotos e histórias da cidade e de outros locais, pois a página se ocupa também da região, como por exemplo Itacuruçá, em Mangaratiba; São João Marcos e Paracambi. Essas cidades estão ligadas a Itaguaí, de certa forma. Mangaratiba já fez parte de Itaguaí. Seropédica, até 1992, também. Então, a página acaba por retratar essas outras localidades e municípios”.
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Praça Vicente Cicarino, ainda conhecida como Praça 5 de julho, sem data definida - Reprodução internet - Memórias de Itaguaí
Wilson pede ainda a colaboração dos itaguaienses que tenham imagens e histórias interessantes para publicação. Muita gente manda fotos e ideias, mas a memória de uma cidade é sempre ampla.
O advogado selecionou para os leitores de O DIA algumas imagens interessantes. Quem quiser acompanhar e conferir o acervo, é só clicar aqui: Memórias de Itaguaí