O sorriso de uma criança fascinada pelas luzes, a gaiatice do palhaço, o medo do trapezista cair, o ronco das motos do Globo da Morte: as emoções do circo são tantas que a máxima "o show não pode parar" adquire um significado ainda mais urgente em tempos de pandemia. E o show parou por algum tempo, mas retornou com força total ao picadeiro do Circo Estoril, em Itaguaí, que voltou com os espetáculos em esquema de drive-in para 43 veículos. Com todos os cuidados exigidos neste momento de flexibilização, a magia do circo voltou a brilhar.
Globo da Morte, ilusionismo, malabarista, acrobata, um incrível homem-bala que é atirado a mais de 12 metros de altura, o carro Camaro que vira robô em tamanho real, um helicóptero no palco e águas dançantes: essas são as atrações que tem mexido com a imaginação do público em Itaguaí, todas vistas de dentro do carro.
O espaço do circo foi adaptado para receber os veículos, dispostos de tal maneira a proporcionar uma visualização satisfatória do show. Os ingressos variam de R$80 a R$100 por carro, a depender da proximidade com o palco. O acesso dos veículos é direcionado pelos colaboradores do Circo Estoril, todos usando luvas e máscaras, que também são obrigatórias dentro dos carros. Quem quiser ir ao banheiro, deve piscar o alerta do veículo e um funcionário encaminha o espectador de acordo com os protocolos de saúde. A venda de alimentos e bebidas não-alcóolicas também segue os padrões de higiene.
ENCANTAMENTO
Quem teve a oportunidade de viver esta experiência conta que é fascinante. É o caso de Luciana Albuquerque Piñeiro e seu filho de 10 anos, Miguel, que foram conferir as atrações no domingo (19). Foi a primeira vez que saíram desde que a pandemia impôs restrições e isolamento social. Luciana e Miguel estavam acompanhados de mais duas pessoas da família. "Foi tudo muito organizado. O show é excelente, o palhaço interage na frente dos carros, fica claro que há uma tentativa de ser mais interativo, apesar dos espectadores estarem dentro dos veículos", considerou ela.
Miguel gostou bastante do Camaro que vira um robô Transformers, e há também personagens que as crianças simplesmente amam, como Capitão América e Homem-ranha. "Fora a limitação de espaço do veículo, nada difere muito de um espetáculo circense convencional: come-se pipoca, compra-se brinquedos como uma espada pisca-pisca e bolas de gás", opina Luciana.
De sempre, também, a alegria das crianças. Mas, depois de terminado o espetáculo, Miguel fez uma pergunta curiosa: "Mãe, por que a gente tem que pagar para dar risada?", quis saber o menino. A mãe explicou que "os artistas têm despesas para fazer um show bonito. Mas o que não tem preço é o fascínio com a arte, agora cada vez mais necessária em períodos de isolamento".
No fim do espetáculo, uma novidade na maneira com os artistas recebem a aprovação do "respeitável público". Ao invés de palmas, o que soa é o som das buzinas.
Para adquirir os ingressos e assistir o espetáculo, basta entrar em contato via WhatsApp: (34) 99197-9606.
