“Quando saí no dia 23 de março, deixamos R$ 157 milhões, parte do dinheiro comprometido, mas uma boa parte também para novas obras, compras etc. Quando retornei no dia 10 de julho, a situação foi diferente: arrecadação em baixa, caixa com cerca de R$ 60 milhões e praticamente todo comprometido. Na verdade, pegamos um caixa zerado. É muito estranho. Não podemos afirmar que isso foi deliberado, mas estamos apurando. Houve gasto excessivo, concentrado nos últimos três meses antes da cassação definitiva. Há contratos que devem ser reavaliados, mas só podemos chegar a uma conclusão mais tarde. Caso haja algo irregular, será encaminhado ao Ministério Público”.
“É um movimento normal, exonerar e nomear muito no começo do governo. Mas tentamos manter o maior número possível de pessoas do governo anterior. Acontece que muita gente pediu para sair. Na Educação, por exemplo, foram cerca de 300, com cartas de próprio punho. Muita gente também abandonou o serviço. Quando o governo caiu, algumas pessoas não estavam nos seus postos de trabalho. Esses foram exonerados e, depois de verificação, conforme o caso, foram nomeados novamente. Há relatos de pessoas que agiram assim a pedido de gestores do governo anterior. Mas muita gente da gestão passada continua. O clima no funcionalismo agora é leve, diferente de antes”.
“Buscamos pessoas que têm relação com o município. Temos uma questão de empréstimo de funcionários de outras cidades. É o caso de dois secretários. Mas há duas pastas para as quais ainda estamos escolhendo”.
“Há problemas no projeto de construção do Centro de Terapia Intensiva do São Francisco. A licitação também tem erros. É preciso seguir regras da Anvisa, normas bem rigorosas e específicas. Na verdade, fizeram uma obra ‘para inglês ver’. Para se ter uma ideia, não há local para descarte de material especial. Se seguirmos com o projeto original, ao inaugurar a obra os órgãos responsáveis fechariam o CTI. Então, com uma avaliação, detectamos os problemas, chamamos a empresa e estamos readaptando o projeto. Vamos fazer um CTI com tudo correto. Assim que publicarmos a readaptação do projeto, acredito que podemos inaugurar 15 dias depois, com 10 leitos. É quantidade de leitos que cabem ali”.
“O boletim gera erros. Há exames que demoram a ter o resultado conhecido, às vezes só saem vinte dias depois. A população às vezes se assusta, achando que estão morrendo quatro pessoas de uma vez. Foi o que aconteceu na semana passada, e isso não corresponde à realidade. Com as informações dentro do site, dá para ver quando aconteceram as mortes e não ter a sensação errada de que há um número alto de óbitos. Isso deve ser considerado, porque há doenças que estão matando muito mais, como depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Há pessoas que estão com problemas psicológicos e que ficam com medo de sair de casa, por exemplo. Só queremos evitar um medo desnecessário”.
“Aumentar a arrecadação é a prioridade máxima. E neste primeiro mês, conseguimos aumentá-la em 16,27%. Desde março isso não acontecia. As pessoas estão dando credibilidade ao governo. Com o aumento da arrecadação podemos fazer obras, comprar remédios etc”.
“Detectamos um problema grave aqui: só um edital de medicação em andamento, deveria ter mais de 20. Os remédios estavam sempre sendo comprados de forma emergencial. Ainda estamos tomando pé da situação. Estamos fazendo vários processos, em 20 dias acho que conseguimos resolver esse problema. A iluminação pública também estava com problema, havia licitação com um contrato de um ano, mas foi gasto tudo em oito meses e não no ano inteiro, conforme foi acordado. Essa questão já solucionamos”.
“A gestão anterior foi irresponsável. Um processo licitatório demora de três a seis meses para terminar, deveriam ter cuidado disso antes. A licitação já tem um vencedor, estamos na verificação de documentos. Acredito que em cerca de 10 dias começaremos a distribuir”.
“Nunca me neguei a receber os sindicatos. É simplesmente uma questão de falta de tempo. Com o respeito que tenho ao Sepe e ao Sindiseguridade, temos outras prioridades no momento. Da outra vez, eu os recebi com 10 dias de governo, só que agora encontrei a prefeitura em outra condição, menos organizada. Não há urgência, porque, por exemplo, as escolas estão fechadas. Peço que tenham paciência porque uma reunião com esses sindicatos não vai levar uma hora, vai levar metade de um dia”.
“Sobre as decisões na Justiça para pagamentos dos servidores a fim de obedecer ao Plano de Cargos e Salários, temos que avaliar com calma. Sabemos o que é direito do servidor, vamos ter que organizar um plano sob muitas discussões. Acontece que preciso pagar o salário dos servidores. Não adianta fazer um discurso bonito e atrasar os pagamentos. Não consigo pagar se não tiver arrecadação, todos os meus esforços têm sido em prol disso, para não atrasar os pagamentos dos servidores”.
“Não vou para rede social rebater, mas nem tenho como dar esse tipo de coisa para todo mundo. Não foram só os 16 vereadores que votaram contra o governo passado, foram também os suplentes. Passam de 20 aqueles que votaram pela cassação. Essa narrativa é do governo passado, para justificar a queda deles. Eu procuro nomear pessoas da cidade, dou preferência a quem é servidor efetivo. Há contradições nos ataques a mim. Sobre eu ter dado alguma secretaria para vereador, tenho a dizer: é impossível. Isso é coisa de quem está torcendo contra”.