Policiais procuravam o suspeito há dois meses e o encontraram em Seropédica, onde foi efetuada a prisão - Divulgação - 50ª DP
Policiais procuravam o suspeito há dois meses e o encontraram em Seropédica, onde foi efetuada a prisãoDivulgação - 50ª DP
Por O Dia
ITAGUAÍ – Foram exatos dois meses no encalço de Jorge Custódio Gonçalves, suspeito de ter molestado M.F.F.S, sua enteada, de 13 anos. Mas na segunda-feira (5), a Polícia Civil conseguiu prendê-lo em Seropédica. Marlon Francis de Carvalho e Silva, de 35 anos, pai da menor, desabafou: “Agora estou aliviado, esperando ansioso o julgamento e a condenação por esse crime bárbaro. Tendo a certeza de que ele não fará mais mal a nenhum anjo”. A Polícia ainda não divulgou detalhes a respeito da prisão.
Uma prima de M. F. F. S. declarou à polícia que descobriu, por acaso, que a menor sofria abusos sexuais do padrasto, um empresário de Itaguaí, morador do bairro Brisamar. As informações constam do registro de ocorrência 050-01723/2020, lavrado na 50ª DP em 30 de julho. Sempre de acordo com o registro policial, as primas da menina contaram ao pai no dia 25 de julho que gravaram uma conversa com ela, na qual ela contou que o padrasto, Jorge Custódio Gonçalves, abusava dela sexualmente há pelo menos seis anos.
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Marlon, o pai da menor, disse a O DIA: “Quando soube, fiquei sem chão. Eu já desconfiava, porque eu sentia ela muito quieta. Eu perguntava, mas ela por medo ou vergonha não me contava nada. Eu a observava por um tempo. Minha mãe também perguntava, mas minha filha nada dizia”.
PRIMA DECLAROU QUE FLAGROU O ATO
A conversa das primas com a menina só aconteceu e foi gravada porque uma delas, conforme declarou à polícia, estava na sala da residência e decidiu ir buscar um edredom no quarto. Ela contou que foi nesse momento que surpreendeu o suspeito em pé diante da cama da menina passando a mão no órgão genital dela. Segundo essa prima, o suspeito se assustou e saiu. Logo depois do ocorrido, ela chamou outra prima para conversar com a menor, e, sem saber que estava sendo gravada, a menina relatou para as duas que desde os sete anos o padrasto cometia esse tipo de abuso: “Sim, ele faz isso comigo, desde quando a gente morava em Coroa Grande. Todas as noites ele esperava minha mãe dormir e vinha até o meu quarto e ficava tocando as minhas partes íntimas”, contou M. F. F. S. às primas.
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O casal – a mãe e o padrasto da menina - viajou no dia 24 de julho. Quando retornaram, Marlon foi buscar a filha e, no dia 28, na casa do pai, ela contou sobre os abusos do padrasto. No dia 30, Marlon foi à delegacia e conseguiu fazer o registro.

MÃE NÃO DESCONFIOU
Jorge Custódio Gonçalves, o empresário casado com a mãe da menina desde 2014, teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Edison Ponte Burlamaqui no último dia 22 de setembro, e, por isso, foi expedido o mandado número 2020-005985.
A mãe da menor declarou à polícia que não desconfiou dos abusos relatados. Segundo ela, Jorge era brincalhão, carinhoso e comprava presentes para a enteada, que o chamava de “pai”. A mãe conta que “papai” era como a filha chamava o pai biológico. De acordo com o seu depoimento, em 2017, ela abriu uma cafeteria com o marido no centro de Itaguaí, e foi lá que ambos receberam os mandados de intimação para prestarem depoimento na 50ª DP, no dia 5 de agosto.
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Ainda segundo o depoimento da mãe, Monique Figueira; Jorge, o padrasto, saiu assim que recebeu o documento, foi em casa, pegou alguns pertences e sumiu. Ela contou ainda que, no mesmo dia, por volta das 21h45, Jorge enviou para ela a seguinte mensagem: “Sou eu, amor, por favor me ouve, a sua filha está enfeitiçada, eu conheço o Marlon e se tivesse acontecido algo realmente com a M.F. ele nem teria ido à polícia, ele teria vindo atrás de mim, ele quer tirar M.F. de você”.
INVESTIGAÇÃO
Policiais da 50ª DP começaram a investigaram o paradeiro de Jorge desde que ele sumiu. Os agentes estavam acompanhando as movimentações do carro do suspeito, um Toyota Corola. Mas há informações de que o carro de Jorge foi vendido às pressas.
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Como a esposa do suspeito e mãe da vítima informou à polícia que Jorge estava com viagem de trabalho marcada para Moçambique em março desse ano - mas cancelada devido à pandemia – havia a suspeita de que ele teria embarcado para aquele país, porque toda a sua documentação para viajar estava em ordem. Mas Jorge foi preso em Seropédica.