Em seu discurso a vereadora lembrou que a vida pública envolve receber críticas porém toda vez que uma mulher se levanta o machismo, o racismo e outros preconceitos falam mais altoDivulgação

Macaé - Após sofrer ataques na Internet por conta de seu posicionamento político durante a vacinação contra a Covid-19, a vereadora Iza Vicente usou o espaço do Grande Expediente, na última quarta-feira (18), durante a sessão da Câmara de Vereadores de Macaé, para denunciar o ocorrido e enfatizar a importância da manutenção da democracia e dos direitos da mulher ao espaço político, livre de misoginia, sexismo e preconceitos.
A vereadora sofreu ataques na Internet após expressar seu posicionamento político durante a vacinação na Cidade Universitária, na terça-feira (17). Grupos extremistas pró-governo fizeram postagens no Facebook utilizando a imagem da parlamentar de 26 anos, que tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 vestida com uma blusa com a frase “Defenda o SUS” e um adesivo escrito “Fora Bolsonaro”. A publicação gerou dezenas de ataques e comentários raivosos.
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Em seu discurso a vereadora lembrou que a vida pública envolve receber críticas porém toda vez que uma mulher se levanta o machismo, o racismo a misoginia e todos os outros preconceitos ainda enraizados na sociedade falam mais alto. “Eu quero ser julgada e criticada pelo meu trabalho. Pelos projetos de lei que eu apresento, pelos requerimentos que eu faço, pelos pronunciamentos, pelas fiscalizações, por todas as lutas travadas pelo mandato”, observou a parlamentar.
No final da tarde da mesma quarta-feira (18) a parlamentar também registrou um boletim de ocorrência contra as publicações.
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Lei de combate a violência política contra a mulher
No dia 5 deste mês foi publicada no Diário Oficial da União a Lei 14.192, que estabelece regras para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. A nova lei tem origem no PL 5.613/2020, da deputada Rosângela Gomes (Republicanos-RJ). Entre as ações previstas no texto, estão a criminalização de abusos e a determinação de que o enfrentamento a esse tipo de violência faça parte dos estatutos partidários.
Agora é considerada violência política contra as mulheres toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos delas, não apenas durante as eleições, mas no exercício de qualquer função política ou pública. Também serão punidas práticas que depreciem a condição da mulher ou estimulem sua discriminação em razão do sexo feminino ou em relação a cor, raça ou etnia.