
O diretor do Departamento de Cultura da cidade, Alexsandro Rosa comenta que o plano de trabalho criado naquela época “perdeu a validade uma vez que o patrimônio não se encontra nas mesmas condições de então” e que, por isso, é preciso revê-lo.
“A Prefeitura arregaçou as mangas e criou um grupo de trabalho, com diversas secretarias, para discutir melhorias para Guia. Algumas dessas melhorias já são visíveis para quem visita o ponto turístico. Durante toda a semana, quatro vigias se revezam em turnos de 24 horas para cuidar do prédio e do entorno do patrimônio. Além disso, equipes de limpeza ficaram responsáveis pela conservação da localidade, mantendo a plataforma da estação e a réplica da maria-fumaça Baroneza limpas e fazendo a poda da grama e das árvores e a coleta de lixo”, conta.
Segundo a prefeitura, a Secretaria de Educação e Cultura também tem a intenção de realizar ações educativas no espaço, tais como visitas guiadas com alunos da rede escolar, oficinas, museu de percurso e biblioteca.
Uma das preocupações das autoridades culturais de Magé é conseguir mobilizar os moradores de Mauá, onde fica Guia, e fazer deles agentes de preservação. “É importante a consolidação desse GT municipal junto ao Iphan. Pretendemos, com isso, trazer parcerias para cá, beneficiando a comunidade do entorno com a criação de espaços para atividades educativas e culturais”, informa a secretária de Educação e Cultura de Magé, Sandra Ramaldo.
Desenvolvimento
Um dos vigias que cuida do complexo ferroviário tombado em 1954 e que inclui ainda a casa dos agentes e o píer sobre a Baía de Guanabara, Ney de Souza Ferreira diz que está muito feliz por poder tomar conta de um patrimônio importante para a História. “Para qualquer morador de Mauá, é um privilégio saber que a primeira estação do Brasil está aqui. Para mim, é uma honra cuidar dela”. Ney conta que, nos finais de semana com sol, Guia chega a receber 150 visitantes por dia.
Primeira estação do Brasil
Marco do início da história ferroviária no Brasil, a estação de Guia de Pacobaíba foi inaugurada em 30 de abril de 1854 e a inauguração contou com a presença do imperador D. Pedro II. Idealizada por Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, a malha que começava na antiga estação tinha 14,5 quilômetros, ligava Mauá a Fragoso e foi importante para a rota do ouro e das especiarias, além de meio de transporte para a Família Real. O Complexo Ferroviário de Guia é de importância nacional, ele representa um marco fundamental nos processos de industrialização e de urbanização brasileiros.
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