“Foram 10 dias de muita luta. Agora, estão entrando as primeiras águas. Isso é oxigenação, é riqueza para a nossa lagoa, para o turismo e para os pescadores locais. Daqui a seis meses temos certeza de que vai ter muito camarão, robalo, corvina e tainha aqui”, explicou o presidente da autarquia Serviços de Obras de Maricá (Somar) Renato Machado.
O trabalho, no entanto, não acaba com a abertura do canal. “As máquinas vão continuar aqui, vamos trabalhar com pico de maré, já que num certo período o mar está mais alto que a lagoa e noutro período a lagoa está mais alta que o mar. Então, ficaremos três, quatro horas jogando água para dentro fechamos no fim da tarde e voltamos a abrir de manhã”, ressaltou Renato.
A operação será repetida por pelo menos mais seis dias, já que na hora das marés baixas, o canal vai assoreando em cerca de 50 a 60 metros de extensão. “Se entendermos que precisaremos de mais dias, vamos continuar com essa operação”, garantiu o presidente.
Alguns moradores faziam questão de acompanhar toda a movimentação de máquinas e operários. “Essa é a primeira vez que eu venho ver a abertura do canal. Gostei muito, porque sei que abrindo aqui, vai limpar a lagoa. Isso é muito bom para o povo daqui”, disse Isaque Alves, 61 anos, morador de Itaipuaçu.
Aos 73 anos, Maria Carvalho, veio de Itapeba cedinho, com a filha, para acompanhar todo o trabalho. “Eu achei muito bacana, muito lindo. Só aqui em Maricá mesmo para fazer essas coisas bonitas como estão fazendo agora. Quando vi a água entrar, deu uma coisa boa no coração, uma felicidade”, contou.
Moradores da Divinea, Mauro e Maria de Fátima Pereira, ambos de 63 anos falaram sobre a importância da ação que acompanhavam não só para a cidade, mas para sua família.
“O fator principal dessa abertura é que vai oxigenar a lagoa e acabar com a mortandade de peixes que estava havendo na região. Mas a gente usa a lagoa também para tomar banho, trazer o neto, porque a lagoa é mais apropriada, então vai beneficiar e muito as crianças”, frisou Mauro.
Maria de Fátima concordou: “O mar bate muito, aí não dá para levar as crianças. Na lagoa a gente se sente mais seguro. E a água estando mais limpa, revitalizada, vai ser muito bom”, comemorou.
A abertura do canal foi necessária devido à baixa oxigenação do sistema lagunar, causada pela falta de chuvas frequentes, o que resultou em uma mortandade de peixes.
Nos dias 15 e 16 de fevereiro equipes da Prefeitura retiraram das lagoas do Jacaroá e do Caju cerca de três toneladas de peixes mortos, a maior parte corvinas.