Professores relataram que não foram convidados para o eventoReprodução/ TV Globo

Para comemorar o “mês do professor", a cidade de Mesquita promoveu uma grande festa, nesta quinta-feira, 28, em um dos locais mais luxuosos da Baixada Fluminense. Segundo um orçamento realizado com uma funcionária de nome Sônia, o valor médio das festas no local é de 260 mil reais. O estranho a se observar nessa comemoração é que os homenageados não foram convidados, já que entre os mais de 100 presentes, estiveram apenas funcionários da SEMED e gestores de escolas.
“A festa do “mês dos professor" não vai contar com a presença dos professores de Mesquita, pois eles não foram convidados. Somente os gestores de escola poderão participar dessa farra”, comentou uma professora do município.
Na noite do evento, a vereadora Ana Cris Gêmeas foi até a porta do salão para registrar e apresentar tamanha falta de respeito com a população: “Festa luxuosa para professor sem convida-los faz sentido? Não vimos motivos para comemorar, tendo em vista que a reintegração de mais de 100 servidores públicos, reintegração essa determinada pela justiça, ainda não aconteceu. Luxo e festa para alguns, fome e vulnerabilidade social para tantos outros”, disse a representante em vídeo publicado nas redes sociais.
Segundo um orçamento realizado com uma funcionária de nome Sônia, o valor médio das festas no local é de 260 mil reais - Reprodução/ TV Globo
Segundo um orçamento realizado com uma funcionária de nome Sônia, o valor médio das festas no local é de 260 mil reaisReprodução/ TV Globo
Não é de hoje que Mesquita se envolve em polêmicas. Nos últimos meses veio à tona o caso dos servidores da educação demitidos e a não entrega do auxílio cesta básica para os alunos da rede municipal. Segundo os responsáveis, desde outubro de 2020, o benefício e a recarga do cartão compras não é repassado.
Há 20 dias, o Tribunal de Justiça do Estado publicou uma declaração exigindo a recontratação de servidores da educação de Mesquita que, supostamente, teriam sido demitidos pelo Secretário municipal de governança da Prefeitura, Jorge Miranda.
A vereadora Ana Cris reforçou que todo o luxo encontrado ne evento não corresponde com os descasos encontrados na cidade. Ela cita as condições das escolas municipais e a falta de respostas sobre a reabertura do restaurante popular da Chatuba e da Cozinha Comunitária em Rocha Sobrinho, que deveriam ser prioridades.
“Estas são apenas algumas das melhorias que o prefeito Jorge Miranda e seu irmão Renato Miranda, secretário de educação e governança, deveriam priorizar. Com elas, toda a população sairia na frente e nossa cidade estaria sendo motivo de orgulho, não saindo na mídia com tamanha vergonha sem explicação”, acrescentou.
Diante de todos os fatos apresentados, festa luxuosa, servidores demitidos, problemas nas escolas, quem segue sendo prejudicado é a população mesquitense. Nenhuma cidade evoluirá sem educação.