Diretora-geral da OPAS, Carissa EtienneAFP

Washington - A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) afirmou, nesta quarta-feira, 21, que Cuba registrou "aumentos dramáticos" de casos de covid-19 em algumas províncias na última semana, mas esclareceu que a ilha caribenha já apresentava um aumento de contágios antes das recentes manifestações de rua.
"No Caribe, os casos de covid-19 e as mortes estão aumentando em Cuba, onde muitas províncias informam aumentos dramáticos de novas infecções", disse em coletiva de imprensa a diretora da Opas, Carissa Etienne.
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Ela acrescentou que a situação é "especialmente aguda" na turística província de Matanzas, onde está Varadero, o principal balneário de Cuba.
O diretor de Emergências em Saúde da Opas, Ciro Ugarte, informou que Cuba registrou o maior número de casos semanais em todo o país desde o início da pandemia em março de 2020.
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"Foram notificados mais de 43.000 casos, o que representa um aumento de 21% (em relação à semana anterior), com uma média de 6.199 casos diários", afirmou, destacando a circulação da variante Delta "em várias províncias do país".
As províncias que informaram mais casos de covid-19 são Matanzas, Ciego de Ávila, Cienfuegos, Guantánamo, Mayabeque, Santiago de Cuba, Villa Clara e Sancti Spíritus.
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"É uma situação preocupante", afirmou. "A incidência de covid-19 em Cuba ainda está no nível mais alto".
No entanto, não vinculou este pico às manifestações populares que explodiram em 11 de julho em cerca de 40 cidades de Cuba.
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"O número de casos em Cuba aumentou antes dos recentes protestos", enfatizou.
A Opas - escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) - vem apontando nas últimas semanas um agravamento da situação sanitária em Cuba devido à covid-19.
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Cuba não aderiu ao programa de distribuição global de vacinas Covax, patrocinado pela OMS e administrado pela Opas na América Latina. Entretanto, começou a imunizar sua população em meados de maio com duas vacinas candidatas desenvolvidas na ilha.
Ugarte disse que até 17 de julho, cerca de 3,3 milhões de pessoas receberam ao menos a primeira dose das vacinas candidatas Abdala ou Soberana, administradas no âmbito das intervenções sanitárias autorizadas.
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"Isso é aproximadamente 30% da população, portanto ainda é um nível baixo", afirmou, insistindo no cumprimento de todas as medidas de saúde pública recomendadas para evitar a propagação do vírus.
As autoridades cubanas planejam vacinar 70% de sua população em agosto.