Os especialistas da OMS tiraram suas conclusões de um total de 16 ensaios clínicos aleatórios com 2.400 participantes. Alguns destes ensaios compararam a ivermectina com outros medicamentos.
O número de estudos que permitem comparar a ivermectina com o placebo "é muito menor", afirmou o dr. Bram Rochwerg, pesquisador da Universidade McMaster do Canadá e membro do painel da OMS que fez a avaliação.
Tanto Díaz quanto Rochwerg disseram que as recomendações estão "ativas" e serão atualizadas à medida que novas pesquisas confirmarem, ou expandirem, o estado atual de conhecimento.
A recomendação da OMS, a primeira sobre a ivermectina, junta-se à da Agência Europeia de Medicamentos, que, como a OMS, não recomenda seu uso - exceto em ensaios clínicos.
Sua correspondente nos Estados Unidos, a FDA (na sigla em inglês), explica em seu site, porque a ivermectina não deve ser usada.
Esta recomendação corre o risco de provocar ceticismo e indignação entre os muitos defensores deste medicamento de uso veterinário e humano, usado contra parasitas, como sarna, piolho, ou os causadores da oncocercose.
O sucesso dessa droga vem, em particular, de um estudo australiano publicado no início de 2020 que observou uma eficácia "in vitro", ou seja, em laboratório, da ivermectina sobre o Sars-CoV-2, vírus causador da covid-19.
A ivermectina é barata e é usada com frequência em alguns países da América Latina, entre outros, e compartilha algumas características com a hidroxicloroquina. Ambas são defendidas por alguns médicos e por personalidades políticas, apesar de sua eficácia não ter sido demonstrada e de um importante ensaio clínico chegar à conclusão de que não tem efeito.
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