Dr. Waldenir recomenda aos idosos 'aquecer a alma' com exercícios para o corpo e a mente na quarentena e fora dela - Divulgação / Rotary Club Niterói Norte
Dr. Waldenir recomenda aos idosos 'aquecer a alma' com exercícios para o corpo e a mente na quarentena e fora delaDivulgação / Rotary Club Niterói Norte
Por Irma Lasmar
Niterói - Enquanto uns desobedecem a quarentena obrigatória por discordarem dos prognósticos dos especialistas quanto à pandemia do coronavírus, outros seguem as determinações do governo e tentam se adequar à nova realidade, mesmo que provisória, de isolamento social. Entretanto, um outro risco se apresenta sob estas circunstâncias à saúde humana - não a imunológica, mas a mental. Trata-se da vulnerabilidade psicológica, ou seja, a possibilidade de desenvolver quadros de solidão, ansiedade, pânico e depressão. Isso porque há pessoas emocionalmente mais sensíveis a mudanças e perdas. Neste caso, os idosos têm, então, um desafio a mais, além da autoproteção ao Covid-19.
"A pior tragédia da terceira idade é a solidão, o 'vazio da vida' que vai se formando a partir das mudanças e das perdas naturais que ocorrem com o passar do tempo. Em Niterói, uma das cidades com maior concentração de idosos no Brasil, são mais de noventa mil cidadãos desta faixa etária em isolamento domiciliar por exigência da administração municipal, afastados do convívio social, numa medida que é de fato extremamente fundamental. E os familiares deles, que têm suas casas e rotinas, e que se relacionam com um número maior de pessoas nas ruas e em seus ambientes de trabalho, temem serem responsáveis por um possível contágio de proporções graves se visitarem seus pais e avós", descreve Waldenir de Bragança, de 88 anos, médico, advogado, escritor e professor de 88 anos, presidente da Academia Fluminense de Letras.
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Fundador-presidente da Universidade da Terceira Idade (Univerti), entidade independente de reconhecimento nacional que funciona dentro da Faculdade de Direito da UFF no Ingá, Dr. Waldenir dá a dica de saúde e longevidade para os idosos.
"Minha sugestão é a mesma em tempos de quarentena ou em qualquer época: aquecer a alma com exercícios para a mente, como palavras cruzadas, leitura, filmes divertidos, músicas leves, atividades manuais como tricô, crochê, piano, violão, desenho, além de ligações telefônicas para amigos e familiares para trocar ideias, jogar conversa fora, falar de amenidades. O negócio é exercitar os neurônios e também o corpo com alongamento e dança, além de manter uma alimentação equilibrada e beber bastante líquido. Sugiro sempre suco de uva, por conter alto teor de flavonoides, e iogurte, por enriquecer a flora intestinal. Enfim, mexer as juntas e o cérebro. Esse conjunto de cuidados pode retardar e, quem sabe até prevenir, o misterioso Mal de Alzheimer", diz ele.
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Ex-prefeito de Niterói e ex-sanitarista do Ministério da Saúde, Waldenir de Bragança pratica o que fala. Sempre ávido por novos conhecimentos, projetos e realizações, ele já era um médico renomado quando resolveu cursar Direito aos 70 anos, dividindo a sala de aula com a nova geração. 
"O que temos que fazer neste período de pandemia de Covid-19 é cumprir com positividade e leveza essa exigência de isolamento social, que é fundamental para não se entrar em contato com possíveis portadores do vírus. As notícias são importantes, mas se já sabemos o que é preciso fazer para se prevenir da doença, então não é necessário ficar revendo essas matérias. Em casa, busque lembrar de coisas alegres, de momentos felizes do passado, e rir de si mesmo e das coisas simples, pois a vida é maior do que esse vírus. Preserve-se agora e terá muitos anos depois para 'bater perna' na rua", conclui ele, que é um dos fundadores da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Acamerj), ocupando uma cadeira como membro imortal.