A pandemia da covid-19 mexeu no calendário das competições esportivas pelo mundo. A maior delas, as Olimpíadas Tóquio 2020, foi adiada para o ano seguinte, o que afetou o planejamento de treinos da velejadora de Niterói Martine Grael, de 29 anos. Com a vaga garantida, ela conta que a preparação para trazer o bicampeonato olímpico para o Brasil continua, mas com foco nos exercícios teóricos durante o período de quarentena. Ela e a parceira Kahena Kunze vão defender, no Japão, o ouro conquistado nos Jogos Rio 2016.
"Na vela, você pode ser o melhor do mundo, mas ainda vai ter muita coisa para aprender. Claro que é difícil se preparar sem poder estar no mar, mas a prioridade agora é a nossa saúde. Estamos trabalhando para evoluir a parte teórica, com estudos sobre manobras e condições meteorológicas, por exemplo", diz Martine.
E como evoluir neste momento? A atleta olímpica explica que o período de isolamento social tem sido positivo também para a análise de vídeos que, na rotina de treinos no barco, acabava ficando em segundo plano. Com mais tempo livre em casa, Martine conta que tem buscando o perfeccionismo nas análises e reproduções dos movimentos que precisa executar na água.
"Às vezes, no dia a dia no mar, acabamos ficando sem tempo para analisar essas imagens. A cada vez que assistimos um mesmo vídeo, mais informações diferentes conseguimos apreender para a nossa evolução", explica a atleta.