Um dos itens mais procurados por governos de todo o mundo pode começar a ser produzido em larga na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Professores e alunos do curso de Engenharia Elétrica, junto com um grupo de voluntários, desenvolveram o protótipo de um respirador mecânico, equipamento fundamental no tratamento de pacientes da covid-19.
O projeto é baseado em uma iniciativa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, e consiste na manipulação automática de um ambu, uma peça semelhante a uma bexiga, que bombeia o ar para dentro dos pulmões do paciente.
Segundo o coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFF, Daniel Henrique Nogueira Dias, o objetivo final é produzir o equipamento em larga escala para que possa ser disponibilizado, de forma gratuita, para os hospitais do estado. Os trabalhos estão acontecendo no prédio da Engenharia da universidade.
"Alunos, professores e cerca de 15 voluntários estão comigo nesta iniciativa. A gente fica ligado durante oito horas por dia neste trabalho. Com muito envolvimento, conseguimos chegar ao protótipo", diz o professor.
O próximo passo, que está em andamento, é a fabricação de um segundo protótipo. Este com modificações estruturais que irão facilitar sua produção em larga escala, conferindo mais agilidade à montagem e distribuição do equipamento.
Porém, até lá, explica Daniel Dias, os protótipos precisam passar por testes específicos antes de estarem disponíveis para utilização nos hospitais. Segundo o professor, apesar de os critérios necessários para sua validação estarem um pouco mais flexíveis durante a pandemia, é exigida uma bateria de testes clínicos para que sejam aprovados. O processo está em andamento:
"Após essa fase, um pedido de homologação deve ser feito junto à Anvisa, para que, após a análise e aprovação pelo órgão, o equipamento seja utilizado de forma operacional pelos médicos. Esses ainda necessitam de um pequeno treinamento para utilização do respirador".
O intuito da iniciativa é o de produzir o maior número de respiradores mecânicos no tempo mais breve possível. Para isso, de acordo com Daniel Dias, o projeto está sendo desenvolvido com utilização de peças e componentes de fácil acesso no mercado nacional:
"Assim que o ventilador estiver disponível para uso em hospitais, faremos um cadastro das instituições interessadas em recebê-lo. Nesse momento, teremos uma melhor ideia de quantas unidades serão necessárias não só neste momento de pandemia, mas também futuramente".