Mesmo após início do processo de retomada de atividades, Covid-19 recua em Niterói segundo especialistas - Divulgação/Berg Silva
Mesmo após início do processo de retomada de atividades, Covid-19 recua em Niterói segundo especialistasDivulgação/Berg Silva
Por O Dia

Cerca de 50 dias depois da implantação do Plano de Transição Gradual para o Novo Normal e do início da abertura gradual das atividades em Niterói, em 21 de maio, os números do início de julho mostram queda na evolução da covid-19 na cidade. Segundo dados do Comitê Técnico Científico, que reúne especialistas da Universidade Federal Fluminense (UFF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os índices de evolução da pandemia - que consideram dados de ocupação dos leitos, taxa de transmissão do coronavírus, novos casos e óbitos - estão recuando semanalmente.

De acordo com nota técnica divulgada ontem, no início do plano, o indicador síntese (média de todos os indicadores) estava em 12,38. Hoje, está em 7,13. A relação entre número de novos casos semanais para cada 100 mil habitantes também vem caindo. No início do plano de reabertura, eram 102,8 infectados a cada grupo de 100 mil habitantes, índice que, no momento, chega a 59,2 infectados para cada 100 mil habitantes.

Outro dado que, segundo o Comitê Técnico Científico, também está em queda é a taxa de reprodução que mostra o quanto, em média, um indivíduo infectado pode infectar outras pessoas. Desde a retomada gradual das atividades até esta semana, o índice recuou de 4,22 para 1,40. O dado é calculado semanalmente para a cidade por um grupo de pesquisadores da Coppe e da Faculdade de Medicina da UFRJ.

Segundo os especialistas, os resultados positivos se devem a ações como testagem em massa, em especial em comunidades, rígido protocolo de funcionamento dos estabelecimentos autorizados a reabrirem suas portas, com treinamento periódico e fiscalização, e a conscientização da população, com a grande maioria usando máscara em ambientes públicos e aderindo aos novos hábitos.

"O comitê entende que a gestão complexa da pandemia através do plano de transição para um novo normal tem sido executada de forma eficiente pela prefeitura. A forma de comunicação tem sido adequada, o que caracteriza um elemento muito importante de gestão integrada e de sucesso de implementação do plano. Entretanto, a situação grave do entorno continua a se constituir em ameaça à população de Niterói", avaliam os especialistas na nota técnica. 

Um dos integrantes do comitê, o sanitarista e diretor de Saúde Coletiva da UFF, professor Aloísio Gomes da Silva Júnior, afirma que, mesmo com resultados positivos, Niterói deve manter a vigilância.

"A evolução dos índices epidemiológicos mostra que Niterói está em uma posição muito boa. Mas não pode relaxar. Pelo contrário, isso leva Niterói a ter mais atenção, principalmente na movimentação de pessoas de outras cidades nos terminais marítimo e rodoviário, já que os municípios do seu entorno, como São Gonçalo e Rio de Janeiro, ainda apresentam índices muito preocupantes", destaca o professor.

TAXA DE MORTALIDADE

Em relação à taxa de mortalidade no município, os especialistas também apontam redução. Segundo estudo da UFF, a taxa hoje está em 3,41%, a menor da Região Metropolitana do Rio. O Rio de Janeiro registra média de letalidade de 11,44%, São Gonçalo, 8,4%, Itaboraí, 4,96%, e Maricá, 4,21%. Os números estão disponíveis no site https://covid19.getuff.com.br.

De acordo com a Fundação Municipal de Saúde, Niterói tem 6.195 casos confirmados do novo coronavírus em moradores da cidade, com 414 pacientes em isolamento domiciliar e acompanhados pela Fundação e 105 pessoas hospitalizadas. A cidade registra 226 óbitos e tem 5.450 pacientes recuperados.

Ocupação dos leitos de covid
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A taxa de ocupação dos leitos em Niterói é outro dado que confirma a redução dos casos de covid-19 em Niterói. De acordo com a prefeitura, o índice, que já foi de mais de 80%, hoje está em 25%. Segundo a nota do Comitê Técnico Científico, a redução se deve à quantidade de testes aplicados na cidade e ao comportamento dos niteroienses. 
No período analisado, de 21 de maio à primeira semana de julho, foram aplicados, segundo a prefeitura, 39 mil testes, sendo 24 mil desses realizados nas unidades do Programa de Saúde da Família, que têm relação direta com as comunidades de menor desenvolvimento social e econômico da cidade. Atualmente, cerca de 45 mil pessoas já foram testadas em Niterói.
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