O proprietário Jairo Pacheco no salão da Toca da Gambá, que passa a funcionar para refeições, entre 12h e 22h. Antes da pandemia, estabelecimento operava como casa noturna, e chegava a ter dois mil frequentadores por semana em eventos de música ao vivo - fotos Divulgação
O proprietário Jairo Pacheco no salão da Toca da Gambá, que passa a funcionar para refeições, entre 12h e 22h. Antes da pandemia, estabelecimento operava como casa noturna, e chegava a ter dois mil frequentadores por semana em eventos de música ao vivofotos Divulgação
Por MARCELO BERTOLDO

Tradicional reduto boêmio em Niterói, a casa de samba Toca da Gambá, no bairro de Santana, reabre as portas hoje com uma nova vocação imposta pela pandemia do novo coronavírus. A casa noturna, que antes da pandemia da covid-19 recebia cerca de duas mil pessoas semanalmente à procura de boa música e cerveja gelada, retoma as atividades como restaurante, entre 12h e 22h. O recomeço exigiu do proprietário, Jairo Pacheco, uma rápida reposta à crise, após 115 dias de portas fechadas. A mudança de proposta do negócio é o grande desafio.

"É uma virada de chave brusca para tentar ressurgir num novo cenário. Não está sendo fácil. Estou reabrindo em horário diferenciado para almoço, pois não há uma data definida para a volta de apresentações de música ao vivo em Niterói. Tive que abrir mão de bons colaboradores. É uma situação muito impactante para a casa, pois estamos indo para um segmento diferente", destaca Pacheco.

Antes da pandemia, a Toca da Gambá se dedicava à atrações noturnas, entre 20h e 3h da manhã. Com lotação para até 500 pessoas, a casa de samba reabre com limitação de 20% da capacidade total. O serviço de delivery foi inaugurado há cerca de um mês e meio e, por meio de propaganda nas redes sociais, tenta resgatar o público pelo paladar nesta retomada: os cozidos e a tradicional feijoada são as estrelas da vez.

"O delivery corresponde a 10% do movimento que a casa tinha. Infelizmente, não supre os gastos com folha de empregados, manutenção... Mas o serviço foi a ferramenta que deu suporte e amadurecimento para reabrirmos como restaurante. Um formato novo e desafiador", avalia o empresário.

Com um espaço voltado à diversão e, consequentemente, à aglomeração de pessoas, Jairo Pacheco revela que o serviço de delivery não foi suficiente para dar vazão aos produtos do estoque. Para evitar um prejuízo ainda maior com o descarte de itens com validade vencida, ele explorou as redes sociais para anunciar e vender o excedente.

Diálogo com a prefeitura

Jairo Pacheco foi eleito para representar o sindicato patronal de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares junto ao gabinete de crise da prefeitura. Segundo ele, a reabertura dos restaurantes, na última segunda-feira, representa a volta ao trabalho de até dez mil pessoas. Para Jairo, o debate junto aos técnicos do poder público foi importante para definir os protocolos de segurança e higiene para a retomada gradual do comércio.

"Foi importante. É preciso cumprir o protocolo na íntegra e repassar aos funcionários os cuidados na questão da manipulação de alimentos e novos acessórios. A responsabilidade é de todos: de quem frequenta, trabalha e mantém o negócio", avalia.

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