Niteroienses terão WhatsApp para denúncias de crime de racismo
Novo canal de comunicação acolherá o denunciante, mantendo sua identidade sob sigilo, e o orientará sobre como proceder legalmente
Novo canal, chamado "Fale com a Ceppir", vai direcionar vítimas de racismo sobre como agir e onde denunciarDivulgação / Ceppir
Por O Dia
NITERÓI - A Coordenadoria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Ceppir) de Niterói lançará um número de WhatsApp específico para denúncias de racismo. O telefone (21) 96992-9577 funcionará apenas para o envio de mensagens de texto, áudios, fotos e vídeos - e não para o atendimento de ligações - dentro do horário comercial, de segunda a sexta, das 10h às 18h. A equipe de atendimento manterá o sigilo do denunciante.
De acordo com a coordenadora do Ceppir, Celecina Rodrigues, o novo canal, chamado “Fale com a Ceppir”, vai direcionar vítimas de racismo sobre como agir e onde denunciar. "Ainda é difícil um negro indo à delegacia fazer uma denúncia de racismo. Há tempos se fala em falta de acolhimento, através de um espaço próprio, o que acaba por inibir as pessoas”, ressalta ela.
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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) revelam que a taxa de homicídios por 100 mil jovens é muito maior em negros do que em brancos. No último levantamento, de 2017, são 185 homicídios de homens pardos ou negros, 10,1 de mulheres pardas ou negras, 63,5 de homens brancos e 5,2 de mulheres de pele branca. De acordo com a Constituição Federal de 1988, pela lei n.º 7716/1989, o racismo é um crime inafiançável. Além disso, existe o Disque 100 que, desde 21 de março de 2019 (Lei Nº 6.496), também acolhe denúncias de racismo.
“Já temos recebido várias denúncias em nosso número convencional. Por isso entendemos a urgência de se implantar mais esse serviço. A melhor forma de combater esse e outros delitos de preconceito é denunciando e trazendo a público. É importante lembrar que essa ação atende a uma demanda antiga do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Niterói (Compir-Nit), já incluído como proposta de conferências realizadas na cidade”, afirma a coordenadora do Ceppir, explicando ainda que as denúncias terão apoio jurídico para encaminhamento aos órgãos competentes para a investigação e prosseguimento de eventual processo, além de serviço de conscientização dos direitos.