Por O Dia

Localizado na Rua José Augusto Pereira dos Santos, s/nº, o Centro de Tradições Nordestinas - Severo Embaixador Nordestino, em Neves, terá a educação ambiental como mais um atrativo do espaço. Nesta sexta-feira (14), às 10h, dois novos equipamentos serão inaugurados: a Sala Verde Dora Negreiros e o Mirante de Contemplação Professor Elmo da Silva Amador. A cerimônia será feita de forma simbólica, por conta da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

Visando compartilhar com a população informações sobre os principais indicadores de qualidade ambiental, características territoriais e ecossistêmicas georreferenciadas da cidade e da Baía de Guanabara, a Sala Verde tem parceria do Ministério do Meio Ambiente, que disponibilizará informações e publicações de documentos de cunho ambiental produzidos pelo Ministério e seus colaboradores. Já o Mirante é um espaço voltado para incentivar a conexão do indivíduo com a natureza, garantindo visão privilegiada para o pôr do sol da Baía.

O prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci destaca como o espaço destinado aos novos ambientes será melhor aproveitado. "Conseguimos recuperar um espaço que antes era utilizado para despejo irregular de lixo. Agora, vamos entregar para a população uma Sala Verde, um Mirante de Contemplação da Baía de Guanabara, além de 267 mudas de árvores nativas de Mata Atlântica que foram plantadas neste local", afirmou.

O evento de inauguração ainda vai contar com a participação do assessor de sustentabilidade do Museu do Amanhã, o jornalista Emanuel Alencar, que irá autografar seu livro "Baía de Guanabara: Descaso e Resistência", que discute a situação da Baía, cartão-postal e local das regatas dos Jogos Olímpicos de 2016 e que demonstra que a Olimpíada passou sem deixar aquele que seria seu principal legado: a despoluição da baía.

Dois grandes técnicos e ambientalistas, a niteroiense Dora Negreiros e o catarinense Professor Elmo Amador, serão homenageados, dando seus nomes aos equipamentos. Dora Hees de Negreiros era engenheira química, trabalhou na Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), onde foi diretora. Na década de 80, participou ativamente do movimento que culminou na criação da Área de Proteção Ambiental de Guapimirim e foi fundadora e presidente do Instituto Baía de Guanabara (IBG). Após tanto tempo atuando na área governamental ou liderando o IBG, Dora faleceu em 2016 e deixou um grande legado para a causa. Tinha a visão que a recuperação da Baía de Guanabara não seria alcançada pela ação exclusivamente governamental, mas viria acima de tudo como uma conquista cidadã.

Elmo da Silva Amador era Geógrafo, mestre e doutor em ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em geologia marinha pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Elmo era militante declarado em defesa da Baía de Guanabara e de seus mangues, professor Elmo morreu em 2010 e participou ativamente da criação da APA de Guapimirim e inclusão da Baía de Guanabara na Constituição Estadual como Área de Preservação Permanente e de Relevante Interesse Ecológico.

O biólogo e subsecretário de Meio Ambiente, Gláucio Teixeira Brandão destaca a importância da criação de um espaço voltado para a consciência ambiental para a região. "São Gonçalo é uma cidade que precisa ser vista se voltando para ela mesma e redescobrindo espaços que são importantes para a cidade. É muito importante a criação e a requalificação desses espaços urbanos onde antes era um ponto de vazadouro de lixo clandestino para um complexo que valoriza a questão ambiental", afirmou Gláucio.

 

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