Rodoviários se mobilizam contra proposta patronal
 - Divulgação/Sintronac
Rodoviários se mobilizam contra proposta patronal Divulgação/Sintronac
Por O Dia

Após o terceiro dia de assembleias da categoria, os Rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá, rejeitaram, ontem, por ampla maioria, a proposta das empresas de pagamento de 50% dos salários e redução no valor da cesta básica, que passaria de R$ 280 para R$ 120. Tais medidas foram adotadas pelas empresas para compensar a queda no faturamento com a pandemia do Covid-19. De acordo com o Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), a tendência é de que os trabalhadores mantenham o seu posicionamento, apesar de faltarem cinco dias de assembleias, que ocorrerão até 19 de agosto.

Nesta quarta-feira, 444 rodoviários das empresas Rio Minho, Rio Ita, Tanguá, Tanguaense, Fagundes e Expresso Rio de Janeiro votaram contra a oferta das empresas e aprovaram a proposta da base da categoria, que é de manutenção do Acordo Coletivo, que vigora até 1º de novembro, além de todos os benefícios, inclusive com férias e 13º salário integrais, e estabilidade no emprego por três meses. Os trabalhadores deixaram como margem de negociação a redução de uma hora diária de trabalho. O total de votos contra a proposta patronal é de, até a manhã deste terceiro dia de assembleias, 1.217, enquanto cem votaram a favor das empresas.

As assembleias foram convocadas pelo Sintronac para definir o posicionamento dos rodoviários diante de uma requisição do Ministério Público do Trabalho (MPT). O órgão, que também é mediador nas relações trabalhistas, solicitou ao sindicato uma resposta à proposta de classe patronal de redução salarial e de benefícios. As concessionárias de ônibus alegam que estão, em sua maioria, com apenas 60% de seu faturamento e algumas com 30%, portanto, não têm como arcar com suas folhas salariais.

Em abril, um acordo firmado entre o Sintronac e as empresas garantia estabilidade no emprego, benefícios e o pagamento de 30% dos salários, enquanto os 70% restantes eram compensados pelo auxílio emergencial do Governo Federal. Em 31 de julho, o auxílio foi suspenso e não houve aceno por parte de Brasília, de sua manutenção. Com a retração das atividades econômicas nesta pandemia, a circulação de passageiros diminuiu, o que afetou financeiramente as companhias. O Sintronac, contudo, entende que o trabalhador não pode ser prejudicado, pois o sustento de sua família vem de seu salário.

"Caso ocorra um impasse e os governos não acenarem com um socorro à categoria, não está descartada a possibilidade de uma greve. Mas, se isso acontecer, todos os procedimentos legais serão adotados, inclusive com uma prévia comunicação às autoridades e, acima de tudo, à população", afirmou o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.

"O sindicato precisa das assembleias para definir a posição da categoria. Não pode se pronunciar isoladamente, seria antidemocrático e iria ferir a Lei e nosso Estatuto", explica o presidente do Sintronac.

Até esta quarta-feira, ao longo de três dias, votaram nas assembleias rodoviários das viações Estrela, Galo Branco, Coesa, Alcântara, Icaraí, ABC, Mauá, Rio Minho, Tanguá, Tanguaense, Fagundes LTDA, Expresso Rio de Janeiro e Rio Ita. Nesta quinta-feira (13/8), será a vez dos trabalhadores das companhias Araçatuba, Pendotiba, Miramar, Fortaleza, Santo Antônio e Expresso Garcia; dia 14, Nª Sª do Amparo, Opção e 1001; dia 17, Ingá, Rosana, Transportes Peixoto, Brasília LTDA e Expresso Barreto; dia 18, Rio Ouro e Maravilha Auto Ônibus; e, dia 19, Auto Ônibus Asa Branca Gonçalense.

De acordo com o Sintronac, o sindicato tem solicitado desde março, sem sucesso, reuniões com os governos federal e estadual e as prefeituras de sua área de atuação, além das empresas, pois para eles, com a pandemia, já estava claro que ocorreria uma grave crise no transporte público, já debilitado pelo desaquecimento da economia, que gerou demissões em massa em vários setores e terminou por diminuir o número de passageiros.

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