Ludimilla reconhece a paixão e dependência que sente pelo celular  - Imagem Arquivo Pessoal
Ludimilla reconhece a paixão e dependência que sente pelo celular Imagem Arquivo Pessoal
Por Luciana Guimarães
Niterói - Não há como negar: esse aparelhinho que praticamente faz parte dos nossos corpos revolucionou o mundo.
A vida humana simplesmente mudou de maneira rápida e eficaz. Imaginar décadas atrás que seria possível quem está lá no Japão se comunicar com quem está aqui no Brasil pareceria roteiro de filme de ficção científica dos mais elaborados de Hollywood.
Publicidade
Mas a realidade está aí: atualmente se tornou algo de extrema importância no meio social, ou seja, quem não possui um celular fica por fora de muita coisa, pois com as milhares de funções que o aparelho possui trabalhar, se divertir, se comunicar e interagir com o mundo ficou bem mais fácil e imprescindível.
São muitos os modelos e marcas ofertados no mercado atual, com ampla variedade de preço e aplicativos oferecidos, disponibilizando aparelhos para várias classes e gostos à telefonia móvel se tornou um grande marco do século XXI.
Publicidade
Pode perguntar para Ludimilla Furny, de 22 anos. A estudante de marketing diz que já ao acordar, procura pelo aparelho, que só descarta quando pega no sono novamente: "Eu abro o olho e já pego pra ver atualizações, feed de notícias e mensagens. Pra faculdade, é do meu celular que edito meus vídeos e os trabalhos que preciso entregar e uso essa desculpa para não desconectar nunca. Eu realmente sou viciada nele.", entrega a jovem.
Ele faz tudo mesmo: baixa os aplicativos que ninguém mais vive sem, entra nas viciantes redes sociais, troca sms, agenda eletrônica, jogos ou apenas faz o que, inicialmente, era seu objetivo principal: faz as obsoletas ligações.
Publicidade
E agora substitui até o cartão de crédito: no começo de abril, a Apple lançou no Brasil o Apple Pay, um sistema que permite fazer justamente isso. E ele é o terceiro sistema do tipo a chegar por aqui, atrás do Samsung Pay e do Android Pay.
A comunicação entre o celular e o terminal é feita no padrão “near field communication”. É um protocolo semelhante ao Bluetooth que permite que os celulares se comuniquem com outros dispositivos inteligentes próximos, que é muito mais rápido do que os chips dos cartões. Como toda novidade, gera um certo receio. Afinal, como a gente pode garantir que os dados de cartão de crédito não vão ser interceptados no meio da transação? A resposta para isso é uma tecnologia chamada de tokenização.

A tokenização é um recurso que já é usado quando, você vai acessar o banco pela internet. O objetivo dela é impedir que algum bisbilhoteiro consiga capturar dados bancários enquanto eles transitam entre computadores. Para isso, ele criptografa os dados antes de que eles saiam do celular, e descriptografa quando eles chegam nas maquininhas.
Publicidade
São infinitas utilidades que os smartphones nos oferecem para prestar assistência ou simplesmente como forma de entretenimento. 
Pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que em 2016, 63% dos lares brasileiros, ou seja 44 milhões de famílias, tinham acesso à internet. Dentro desse contexto, 94% utilizavam o aparelho celular como meio de acesso à grande rede.
Publicidade
O que era aquele aparelho grande colado ao ouvido e à boca das pessoas? Há 30 anos, os primeiros 700 equipamentos seriam habilitados no Brasil para uma das mais revolucionárias mudanças no ramo das telecomunicações, o telefone celular. A primeira chamada, no Rio de Janeiro, em 30 de dezembro de 1990, era só a ligação pioneira para as infinitas interconexões que essa evolução tecnológica provocaria. O mundo nunca mais seria o mesmo. Hoje, no Brasil, tem mais celular do que gente. Os benefícios e os prejuízos do equipamento são muitos. Fazer ligação virou só um detalhe.
Até 2019, três em cada quatro brasileiros tinham acesso à internet e a telinha menor era a responsável pela maior parte dos acessos. Mais do que isso: para a maior parte das pessoas (59%) o acesso à rede ocorria exclusivamente pelo telefone. Além de ser uma ferramenta de informação e entretenimento, o celular traz possibilidades de inclusão, com os aplicativos.
Publicidade
A significância que o celular possui no meio social hoje em dia é incrível, pois ninguém mais consegue sair de casa sem o aparelho, ninguém consegue ficar sem mandar mensagens de texto, sem ligar para alguém, sem checar os e-mails, sem entrar em redes sociais, enfim ninguém consegue ficar longe dessa tecnologia que revolucionou o mundo. Todas as empresas do setor de tecnologia estão se emprenhando cada vez mais em satisfazer o cliente, pois com o avanço da mesma, a demanda por aparelhos eletrônicos esta crescente a cada dia.
Mas o mesmo poder de aproximar, o celular possui de distanciar e se transformaram em um dos principais obstáculos para a comunicação interpessoal. Os celulares nos conectam dos que estão longe, mas cada vez nos afastam mais dos que estão perto. Tal dependência pode se transformar em um perigo no trânsito, gerar problemas de postura, alterar a qualidade do sono e criar dependência em diferentes públicos, além de, em alguns casos, ser prejudicial em ambientes escolares.
Publicidade
Até o Papa Francisco já falou sobre esse assunto. O puxão de orelha: as famílias devem guardar o celular quando estiverem fazendo refeições. Celular é importante, mas nada substitui uma boa conversa olho no olho.
Todos nos sentimos rejeitados quando, no meio da conversa, alguém prefere atender o telefone em vez de ignorá-lo. A mensagem é clara: quem está longe me importa mais que você. Se você conversa com alguém que não larga o celular, sabe que a qualquer momento poderá ser interrompido. Você vale menos que a próxima ligação. Estar na presença de um celular significa não estar 100% nesse lugar. Você está, mas sua atenção está dividida.
Publicidade
O celular pode sim, ser má companhia. Foi a conclusão a que chegou um estudo da Universidade de Essex, na Inglaterra, que se perguntou em que grau a simples presença de telefones celulares afeta as conversas face a face. Em um dos experimentos, dividiram um grupo de 74 participantes em duplas. A metade das duplas conversou sem um celular à vista e a outra metade, com um celular em uma mesinha lateral. Pediram a todos que conversassem durante dez minutos sobre um fato interessante que tivesse acontecido com eles no mês anterior. Os resultados foram fascinantes. As duplas que se conheceram sem a presença de um celular relataram maior proximidade e uma melhor qualidade de relação que aquelas que relataram maior proximidade e uma melhor qualidade de relação que aquelas que conversaram com um celular à vista. O segundo experimento confirmou que as pessoas têm mais confiança e compartilham mais coisas pessoais quando não há um celular por perto.
E não podemos esquecer de um dos males do século: as fake news.
Publicidade
Governos, inclusive, se utilizam da internet para disseminarem notícias falsas, negarem a ciência e debocharem da morte.


As fake news já existiam timidamente, mas ganharam protagonismo nas eleições presidenciais no Brasil em 2018. As mentiras disseminadas via disparos de whatsapp (tendo o celular como instrumento) levam à dúvida, pânico e mal estar. O coronavírus e suas milhares de conjecturas sobre cura e vacina também vieram a rebote.
Ou seja: como tudo na vida, esse aparelhinho mágico serve para o bem e para o mal. Escolha seu lado.