Respostas, decisões e reflexos de quem tem o hábito de jogar foram aprimorados pelos games
Respostas, decisões e reflexos de quem tem o hábito de jogar foram aprimorados pelos gamesImagem Internet
Por O Dia
Niterói - No mês passado, o caso do gamer Guilherme Alves Costa, de 18 anos, que foi preso e confessou ter matado a jovem Ingrid Oliveira Bueno da Silva, de 19 anos, causou comoção em todo país. O crime teria sido motivado por uma disputa on-line onde o acusado alegou que Ingrid estava “em seu caminho”. No jogo, num ambiente virtual, onde para ele, não havia a separação óbvia.

Para os pais, tocou um alerta. Como evitar que algo semelhante aconteça? Trouxe à tona um discurso recorrente em casos como esse: o do videogame como vetor da violência.
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Até o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, se manifestou e deu a entender que jogos eletrônicos associados à falta de atividades sociais e educativas influenciam no comportamento nocivo de crianças e adolescentes.
“Hoje a gente vê essa garotada viciada em videogames e videogames violentos. Só isso que fazem. Quando eu era criança e adolescente, jogava bola, soltava pipa, jogava bola de gude, hoje não vemos mais essas coisas. É isso que temos que estar preocupados”, disse Mourão à imprensa.

Mas não é bem assim. Uma discussão bem mais apropriada seria: a efetiva banalização ou não da violência no universo gamer. O argumento de que os jogos viciam, deixam crianças e adolescentes sedentários, preguiçosos e violentos não é de hoje. Há décadas esse discurso é proferido, mas exposição desmedida a jogos violentos, por si só, é capaz de moldar o caráter do indivíduo a ponto de ele extravasar a agressividade supostamente desenvolvida ali no mundo real.
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Um dos estudos mais recentes vem da Universidade de Oxford. Divulgado em fevereiro, a pesquisa, feita com mais de mil adolescentes e seus pais, indica que os jovens que jogam videogame regularmente não são mais propensos à violência do que aqueles que não o fazem. Andrew Przybylski, professor que liderou a pesquisa, diz que os jogadores até podem manifestar sentimentos de raiva por conta de alguma frustração no jogo, mas que esse comportamento não tem relação direta com ações agressivas na vida real.

Przybylski aponta que, na verdade, estudos anteriores podem ter sido conduzidos por pesquisadores que já tinham algum tipo de preconceito sobre o assunto e, por conta disso, terem tido conclusões distorcidas a respeito da relação da violência com os jogos.
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O gamer profissional Igor Alan, mais conhecido como El Igorila, faz sucesso entre os apaixonados por games. Com quase 1 milhão de seguidores no Instagram, ele é ídolo de uma garotada, e fala da perspectiva positiva que os jogos podem e devem ter: “Enquanto alguns surfam e jogam bola, outras pessoas jogam on-line. É um hobbie, uma válvula de escape para os problemas, um outro mundo onde você se diverte e conhece pessoas, faz laços tão fortes quanto na “ vida real”. Porém o mundo fora da internet é lindo, é real! Viva a vida e não apenas viva o jogo! “, ele avalia.

Na verdade, comprovadamente, existem sim, muitos benefícios de se jogar: além de terem um potencial muito grande de diversão, pesquisas recentes revelaram que há também uma gama de benefícios científicos em jogar videogames – desde o aumento da matéria cerebral até alívio da dor.
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1.Os videogames 3D podem aumentar a capacidade de memória:“Por causa de suas experiências envolventes e enriquecidos ambientes virtuais 3D, os mesmos videogames que foram jogados por décadas por crianças e por adultos podem beneficiar nosso cérebro com estimulação significativa,” avalia a psicóloga Marie Brown.
2.Jogar pode ser bom para o alívio da dor: cientistas apresentaram uma pesquisa na conferência American Pain Society, que encontrou evidências que videogames, especialmente jogos de realidade virtual, são eficazes na redução da ansiedade ou dor causada por doenças crônicas ou procedimentos médicos.
3.3-Há evidências que mostram que videogames ajudam crianças disléxicas a melhorar a sua leitura: um estudo de 2013 investigou o fato de que jogar jogos de ação poderia ajudar as crianças disléxicas de 7 a 13 anos a ler mais rápido, sem perda de precisão.
4.4-Jogar está ligado a um aumento da matéria cerebral: especificamente nas partes do cérebro responsáveis pela orientação espacial, formação de memória, planejamento estratégico e habilidades motoras finas.

Ou seja, como tudo na vida, o que é necessário é evitar o exagero. Jogos que usam ações repetitivas treinam os músculos e o cérebro para reagirem melhor em ações na vida real. Os videogames têm o mesmo efeito que ler ou andar de bicicleta no nosso cérebro, o aprendizado cria milhares de novas conexões e deixam as pessoas felizes. Basta saber dosar e curtir cada partida!