Rafael de Luna, coordenador do Lupa,falou da Coleção Esdras Baptista na Sala Nelson Pereira dos Santos.Divulgação PMN - Foto: Bruno Eduardo Alves
“O acervo é um patrimônio cultural de grande valor, trazendo ao público registros inéditos da história do país”, afirma o secretário das Culturas, Alexandre Santini. “É muito gratificante ver os resultados das políticas públicas da Prefeitura de Niterói, que dão retorno significativo em projetos que são estratégicos para a memória e identidade do Brasil, garantindo o direito à cultura para todos”.
Rafael de Luna, coordenador do Lupa, destaca que a coleção Esdras Batista foi recebida como doação em 2019, que ampliou muito o acervo do Laboratório.
“É a maior coleção que a gente tem. A neta dele doou o acervo que estava encaixotado há anos na casa onde ele morou, no subúrbio do Rio. Quando começamos a abrir o material foi uma surpresa! A Coleção tem filmes científicos, cobertura de imprensa para a televisão, mas filmada em película antes do vídeo-tape, além de documentários, imagens de protestos, passeatas... Por exemplo, no material há imagens inéditas da Passeata dos 100 mil, que ele filmou EM 1968”, explica Rafael.
De acordo com de Luna, quando surgiu a oportunidade do Edital de Fomento ao Audiovisual, a equipe já tinha feito uma separação inicial do material e criou um projeto, que foi selecionado na categoria pesquisa. A partir da concessão dos recursos, foi feita a catalogação, limpeza e o acondicionamento das latas, para que fosse iniciado o processo de digitalização do catálogo para a criação da base de dados.
“É um acervo riquíssimo! E essa base de dados vai permitir que qualquer um saiba o que tem no acervo. Tem muitas coisas preciosas, interessantes e em grande parte inéditas, como filmagens de políticos, de artistas, de acontecimentos, quase tudo em formato de documentário”, conta.
Outro detalhe sobre o acervo é que praticamente todo o material foi filmado em 16mm, formato muito comum no período em que foram feitos, mas bem raro ultimamente.
Sobre Esdras Baptista – O cinegrafista alagoano Esdras Coelho Baptista nasceu em 1923, em Maceió. Mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro, onde morou até o final da vida, em 1988. Seu primeiro emprego como fotógrafo foi no jornal oficial do Partido Comunista do Brasil (PCB), A Classe Operária, em 1946. Foi nessa época em que Esdras realizou suas primeiras filmagens, amadoras e profissionais, em 16mm. Com pouco mais de trinta anos de idade, sua carreira já tinha se voltado completamente para a função de repórter cinematográfico, assumindo esse cargo posteriormente na Prefeitura do Rio de Janeiro – que, na época, era a capital do Brasil – e mais tarde no Ministério da Previdência Social, fazendo filmes científicos, cobertura de imprensa para televisão.
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