A Companhia de Dança Corpo em Movimento vai estar no festival.Divulgação

O Instituto Teatro Novo divulgou a programação da segunda edição do Festival Teatro Nosso, composta pelos selecionados em uma chamada pública da instituição, aberta a projetos culturais protagonizados por pessoas com deficiências, mobilidade reduzida, neurodiversidade, transtorno mental ou psíquico.
Entre grupos e realizadores, sete manifestações artísticas integram a programação que vai acontecer entre os dias 1 e 4 de dezembro, de quinta a domingo, na Biblioteca Parque Niterói, no Centro da Cidade, e na Sala Nelson Pereira dos Santos, em São Domingos. O festival acontece por meio do apoio do Edital Fomentão, da Secretaria Municipal das Culturas, da Prefeitura de Niterói, sendo que as programações participantes foram selecionadas em uma chamada pública do instituto.


Integrante há 13 anos da Companhia de Dança Corpo em Movimento, Bianka Oliveira destacou como o festival é importante em conscientizar a população a respeito do tema da acessibilidade através da cultura.


“Pra mim é um prazer participar desse evento maravilhoso. Por isso, é com muita honra que aplaudo esse projeto e torço para que seja cada vez mais valorizado,para ajudar a cultura a romper as barreiras do impossível. E que outras companhias continuem tendo essa abertura, em mostrar todo o seu talento”, comentou Bianka.


Fundadora do grupo Corpo Tãtil, a mestre em Diversidade e Inclusão pela UFF Marlíria Flávia Coelho da Cunha é outra profissional que elogia a iniciativa e explica que o Festival Teatro Nosso é ideal para promover um processo de conscientização da sociedade sobre os limites e potencialidades das pessoas com deficiência visual.


“Nossa sociedade ainda tem percepções erradas sobre pessoas cegas. Então o festival é a ocasião certa para quebrar paradigmas e tabus sobre a deficiência visual. Além disso, o Festival Teatro Nosso ajuda a promover a inclusão social por meio da arte”, salientou Marlíria.


Cronograma das atividades


Renê Lazari e Marlíria Flávia abrem o evento na quinta-feira (1º) com a atividade “O teatro como ferramenta no atendimento de pessoas com deficiência visual” às 10h30. No mesmo dia, às 14 horas, Maria Luíza Pereira Leite ministra a oficina “Pintura em Tela e Aquarela Arte & Vida”, que vai oferecer aos participantes pintura em aquarela com tema livre, voltado principalmente para quem tem deficiência sem limite de idade e que deseje experimentar esse tipo de atividade. Ambas as atividades serão na Biblioteca Parque.


No dia seguinte, sexta-feira (2) será realizado um debate virtual promovido pelo Instituto Teatro Novo chamado “Capacitismo nas artes”. A conversa terá participação de todos os grupos que compõem a programação


No sábado (3), as atividades vão acontecer na Sala Nelson Pereira dos Santos. A partir das 18 horas, o público vai conferir a apresentação “Sensorium – Dança Inclusiva”, com o grupo de dança inclusiva Corpo em Movimento. Criado pela Associação Niteroiense dos Deficiente Físicos, o grupo é formado por 11 bailarinos, sendo cinco usuários de cadeiras de rodas e seis andantes.
Na sequência, o Grupo de Teatro do Oprimido Pirei na Cenna apresenta o esquete musical que aborda os dilemas e conflitos em torno do tratamento da saúde mental. Já às 19:30min., o Grupo Teatro Novo volta a encenar o espetáculo que foi sucesso de público na cidade “A menina que roubava livros” que teve sua temporada de estréia com todas as sessões esgotadas em 2021.


O encerramento do festival acontece no domingo com a apresentação, às 18 horas, da peça “O Assassinato de Souza”, encenado pelo grupo Corpo Tátil, um coletivo teatral fundado pelo Instituto Benjamin Constant. Em seguida, o público confere o recital do poema em Libras (linguagem brasileira de sinais), “Um Papagaio do Rei”, feito pelo ator Bruno Ramos, que também trabalha como arte-educador, professor de Libras da UFF e Mestre em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina.
E às 19h30min., o musical inclusivo Alice em Cena, interpretado pelo CinArte, um projeto coordenado pela psicopedagoga Marlucia Farias, finaliza a programação do festival.