Rio - Diretor do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, José Noronha afirma que o Sistema Único de Saúde sofre com o pouco investimento feito pelo governo federal. Para ele, a qualidade do atendimento passa pelo reaparelhamento dos hospitais e por melhores salários para os médicos. Hoje, ele participa de um encontro na Fiocruz que discutirá o futuro do SUS.
Qual é o principal problema do SUS?
Há vários. Mas destaco principalmente o subfinanciamento feito pelo governo federal. O investimento em saúde representa 9% do Produto Interno Bruto, mas apenas 3,5% são destinados para o SUS. Ou seja, os recursos são muitos reduzidos.
Pelo contrário: são menores. Em 2011, o Ministério da Saúde investiu R$ 68 bilhões na saúde pública brasileira. No mesmo período, os planos de saúde aplicaram R$ 87 bilhões para cuidar dos seus 50 milhões de conveniados.
Certamente. Por cada dia de internação, o SUS paga, em média, R$ 900. Pelo mesmo período, um plano de saúde de alto padrão desembolsa até R$ 10 mil. Um plano mediano não paga menos de R$ 4 mil. Obviamente, haverá diferença de tratamento entre pacientes internados pelo sistema público de saúde e por um plano privado. Isso mostra também a importância de se investir nos hospitais federais.