Por tamyres.matos

Rio - Técnicos e restauradores do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) disseram que a recuperação dos prejuízos causados pela invasão de manifestantes à Câmara Municipal na quarta-feira podem chegar a R$ 100 mil. Eles estiveram ontem no prédio, que é tombado.

Entre os danos, figuram chifres desenhados no quadro do Coronel Moreira César e um símbolo do anarquismo pichado em uma das paredes. Do Palácio Pedro Ernesto, foram roubados um relógio de 50 anos e aparelhos de votação. O busto do político que dá o nome à casa foi danificado, assim como vidros de várias salas.

Funcionários da Câmara dos Vereadores fizeram limpeza nos arredores da casa na manhã desta quintaPaulo Carneiro / Agência O Dia

Nas páginas do Facebook que divulgavam a ocupação, centenas de internautas criticaram a repressão da polícia. Muitos disseram que o quebra-quebra não partiu dos ativistas e só foi derivado da briga entre policiais e manifestantes.

‘TRUCULÊNCIA DA PM’

O vereador Renato Cinco (Psol), que acompanhava a ação do lado de fora da casa, chegou a se oferecer como negociador para que não houvesse violência. “Fui até o comandante da PM dizer que se ele quisesse, eu falaria com os manifestantes para sair. Estava tudo tranquilo lá dentro e eles (manifestantes) queriam só mostrar que a casa era deles”, detalhou o vereador, que salientou a truculência da polícia: “A PM só tem agido dessa forma e com gente deles infiltradas para desestabilizar o movimento”.

O presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), discorda. “O que fizeram aqui foi um absurdo, a polícia teve conduta exemplar, sem revide violento, mesmo tendo sido agredida”, opinou o presidente, que quando chegou à casa viu bombas caseiras pelo chão.

Prejuízo da ocupação inclui vidros e lustre quebrados%2C portas arrombadas e paredes e quadros pichadosReprodução Internet

Ele não aprovou o comportamento de parte dos 200 manifestantes. “Eles invadiram sim, porque entraram sem se identificar. O parlamento está sempre à disposição da população, de 9h às 19h, desde que a pessoa se identifique”, disse.

Ocupação divide vereadores

Com a volta do recesso de um mês ontem, vereadores lotaram o plenário e dividiram opiniões sobre a manifestação de quarta-feira. O vereador Leonel Brizola Neto (PDT) disse que queria os jovens acampados na Câmara. “Não entendi por que não deixaram os manifestantes na casa. Hoje (ontem) poderíamos até fazer uma plenária popular”, opinou o político.

Já o vereador Guaraná (PMDB), que tem a mesma opinião do Prof. Uoston (PMDB), não achou o ato inteligente. “Os manifestantes sabiam que não tinha ninguém lá naquele horário. Não tinha motivo para invadir. Se quisessem conversar, iriam hoje (ontem)”, explicou.

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