Por raphael.perucci

Rio - Após encontro com 12 manifestantes, na tarde deste sábado, o presidente da Câmara Municipal, Jorge Felippe (PMDB) decidiu fazer, nesta segunda-feira, uma reunião com todos os vereadores para discutir a CPI dos Ônibus. Com outros cinco parlamentares, o peemedebista recebeu as reivindicações dos representantes do movimento, mas adiantou que a principal delas, a saída de Chiquinho Brazão (PMDB) da presidência da comissão, só será possível se houver renúncia.

Os 50 manifestantes que tomaram a Casa desde quinta-feira, na véspera da primeira sessão da CPI, prometem continuar lá. Ontem, enquanto acontecia a reunião no plenário, cerca de 60 pessoas protestavam na escadaria da Câmara com a presença de três representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O acesso à Casa foi controlado pela Polícia Militar, que chegou a impedir a entrada de funcionários pela manhã.

O vereador Jefferson Moura (Psol), que participou do encontro com os ativistas ao lado de Jairinho (PSC), Rosa Fernandes (PMDB), Reimont (PT) e Renato Cinco (Psol), disse que somente uma ação política pode atender às demandas dos manifestantes. “Aquilo que o regimento prevê não pode ser mudado pelo presidente. Só a renúncia pode reverter a formação da CPI”, explicou Moura.

A pauta elaborada pelo movimento pede a anulação da sessão de sexta-feira; a saída dos vereadores Brazão, Jorginho da SOS (PMDB), Renato Moura (PTC) e Professor Úoston (PMDB); a presidência para o autor do requerimento, Eliomar Coelho (Psol); a participação apenas de vereadores a favor da comissão e reuniões abertas à população.

Durante inauguração da nova quadra da Mangueira, o prefeito Eduardo Paes disse que a base governista sempre esteve à vontade para aceitar uma CPI. “Não costumo comentar sobre o Parlamento, pois não cabe ao Executivo interferir. Não somos nem contra nem a favor. Vamos esperar a conclusão dos trabalhos”, destacou.

Xingado, Jorge Felippe espera 20 minutos para sair

O presidente da Câmara chegou para a reunião de ontem escoltado por uma viatura da PM. Jorge Felippe entrou pelo portão lateral da Casa, na Rua Evaristo da Veiga. Policiais que faziam a segurança interna chegaram a sair na calçada para uma ‘corrente humana’ de segurança ao vereador.

Na chegada, ele limitou-se a dizer que veio para ouvir os manifestantes. A imprensa e outros ativistas não puderam entrar em nenhum momento na Casa. Quando terminou a reunião, Jorge Felippe apareceu no mesmo portão e foi xingado por manifestantes. Ele esperou por mais de 20 minutos a dispersão do grupo para sair. Os demais vereadores que participaram do encontro deixaram a Câmara pela escadaria.

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