Rio - O II Tribunal do Júri da capital, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, condenou o segurança e ex-policial militar Jarbas Hernandes Araújo a 18 anos de reclusão, em regime inicial fechado, pela morte do menino Leonardo Dias de Souza, de 13 anos. O crime aconteceu na tarde do dia 31 de julho de 2009, em uma feira livre, na Rua Conde de Bonfim, na Tijuca, Zona Norte do Rio.
O adolescente brincava de jogar frutas em colegas quando foi advertido pelo segurança. Segundo testemunhas, houve uma discussão e Jarbas tentou jogar a vítima no Rio Maracanã. O segurança, no entanto, se desequilibrou e caiu no chão. Revoltado, ele puxou uma arma e começou a atirar. Houve pânico e correria. Na fuga, o menino foi atingido por dois tiros. Mesmo ferida, a vítima fugiu em direção a uma loja de autopeças, onde foi morta com um tiro na cabeça.
Jarbas já havia passado oito anos na cadeia por ter matado um outro rapaz na mesma feira livre, em 1998, depois de uma briga. Ele ganhou o direito à liberdade condicional em maio de 2008, após cumprir dois terços da pena.
“Tenho como bem acentuada sua culpabilidade, na medida em que efetuou inúmeros disparos contra a vítima, em verdadeira execução, o que levou a cabo em local público, de grande movimentação, em plena luz do dia, o que denota insensibilidade, ousadia e confiança na impunidade”, destacou o juiz presidente do Conselho de Sentença, que classificou o crime como uma “verdadeira execução”.
O magistrado lembrou na sentença que Jarbas Hernandes foi excluído da Polícia Militar e revelou ter uma personalidade desajustada e voltada para a violência. “As circunstâncias e consequências do evento são, assim, desfavoráveis, tendo um menino de apenas treze anos sua trajetória brutalmente interrompida”, assinalou o juiz.