Por thiago.antunes

Rio - Carro novo, casa própria, emprego estável, diversão com os amigos, construir uma família, ajudar uma obra social... Talvez muitos desses itens façam parte do imaginário coletivo sobre expectativas para a própria vida.

Como lidamos com as nossas expectativas pode ser força motora para construir a nossa história de uma forma bela ou não. Sim, a nossa garra e nossa ética para alcançar o que desejamos é que faz de nós — como nos aconselhou o Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, em julho — protagonistas do mundo novo.

Já parei pra pensar na expectativa daqueles que, na época de Jesus, aguardavam a vinda de um messias glorioso. Eles tinham a certeza de que o salvador seria um rei cheio de pompas! Por isso os muitos não aceitaram Jesus como salvador. Afinal, Ele contrariava o padrão mental que todos haviam criado... Ele veio como um rei sem pompas. Recebeu uma coroa de espinhos, foi despojado de suas vestes e, como relata a Sagrada Escritura, “não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos. Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele” (Is 53, 2-3). Então, o que será que estamos pedindo na oração do Pai-Nosso, que conhecemos melhor a cada semana, ao rezar: “Venha a nós o Vosso reino”?

Os traços de Jesus podem nos dizer sobre o reino de Deus. Ele, rei rico em sabedoria, revelou aos homens o amor. Rei rico em compaixão, praticou a bondade e a justiça.Rei rico em autoridade, não fez do seu poder opressão, mas serviço ao outro. Percebe? Essas pistas, tão presentes na personalidade de Jesus, não parecem apontar que o reino de Deus é amor, bondade, justiça e serviço? Bonito isso, né?! Mas, ao pedir que esse reino venha até nós, será que temos a consciência de que estamos pedindo que Deus implante o seu reino na terra a partir de nós? Que estamos nos comprometendo com a missão de, em tudo o que fizermos, sermos também sinais de amor, bondade, justiça e serviço?

Nossas expectativas e sonhos têm que estar permeados por esses valores. Eles é que fazem de nós testemunhas do amor de Deus. Por quê? Veja o que o próprio Jesus explicou aos fariseus: “O reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer ‘Está aqui!’ ou ‘Está ali!’, pois o reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17, 20b-21). É isso: o reino de Deus está em nós e se manifesta aos homens por meio da nossa forma de viver.

Mas será que a descoberta de que Deus não é um “deus-analgésico” ou “deus-fada-madrinha”, que está à disposição para curar as dores de cabeça e para realizar os sonhos causa frustração? Nosso Deus, mesmo todo-poderoso, é alguém que conta conosco para realizar coisas belas e boas, na nossa vida e na dos que estão ao nosso redor. Isso é lindo! Basta estar aberto à parceria. Eu tenho buscado essa linda experiência. E você, topa o desafio? Então, ‘tamu junto’!

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