Ao ‘comprar’ direito sobre imóvel, morador ainda leva casa mobiliada
Repasse de apartamentos cedidos em Triagem inclui cartão para móveis e eletrodomésticos
Rio - A venda irregular de apartamentos da Prefeitura no Bairro Carioca, em Triagem, denunciada nesta sexta-feira pelo DIA, envolve também o repasse do cartão do Programa Minha Casa Melhor, que os moradores recebem para ajudar na compra de móveis e eletrodomésticos. Essa é uma das garantias dadas pelos proprietários de moradias aos interessados em negociar um imóvel no conjunto popular. O condomínio foi construído para abrigar pessoas que moram em áreas com risco de deslizamento em favelas.
O cartão que eles prometem repassar a quem compra o apartamento — que custa R$ 60 mil no mercado negro, como O DIA revelou ontem — tem R$ 5 mil em crédito. O titular tem um ano para fazer uso do dinheiro. O valor pode ser pago em 48 meses. “Faço o cartão no meu nome e te passo (se você comprar o apartamento). Confio (que você vai pagar as parcelas). Do mesma forma que eu ajo com honestidade, acredito que a pessoa (que vai ficar com o cartão), também vai agir”, diz um dos moradores que quer vender seu imóvel.
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A Caixa alertou que o uso do cartão por outra pessoa, que não o titular, é proibida. E, comprovado o desvio na utilização por parte do beneficiário, o titular ainda pode sofrer notificação e vencimento antecipado da totalidade da dívida, bem como responderá às medidas judiciais.