Rio - Para pôr fim à greve que completa um mês amanhã, o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, afirmou que pode acionar a Justiça e cortar o ponto dos professores faltosos. Em São João de Meriti, profissionais da rede municipal decidiram cruzar os braços na próxima terça-feira. A decisão foi tomada após assembleia e ato em frente à prefeitura, que reuniu cerca de 200 pessoas nesta quarta-feira.
O prefeito de Caxias mostrou impaciência com a paralisação, que começou dia 6 de maio. “Já tivemos 13 rodadas de negociação. Aprovamos um reajuste salarial de 8,78%. Uma rede que tem o salário médio superior a R$ 5 mil não pode pedir greve porque quer concurso público para contratação de mais professores. Caso a greve continue, haverá um processo na Justiça para impedir que os alunos continuem sendo prejudicados”, afirmou. Segundo análise da Secretaria de Educação, cerca de 20% dos professores não estão comparecendo às aulas. A rede municipal conta com mais de 200 mil estudantes.
A declaração pegou de surpresa o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), como revelou a coordenadora-geral do núcleo de Caxias, Rose Cipriano. “Em momento algum o governo municipal nos alertou sobre essas possibilidades de corte de ponto e sobre um recurso à Justiça. A greve está mantida até sexta-feira, quando teremos uma assembleia para definir as próximas ações. Mas amanhã (hoje) vamos procurar a Secretaria de Educação para tentar audiência”, disse.
Cipriano afirmou que a rede municipal de Caxias tem atualmente um déficit de professores estimado em 30%, ocasionado pela falta de concursos públicos. O último foi há nove anos. Além disso, a categoria pede eleição direta para a escolha dos diretores até o fim de 2014. Já em Meriti, o anúncio da greve semana que vem irritou a secretária de Educação, Eneila de Lucas. “O Sepe Meriti insiste em confundir com palavras e números aqueles que não conhecem o histórico do avanço que houve na Educação da cidade de São João de Meriti nos últimos anos”, afirmou a secretária, por meio de nota.
Segundo o diretor do Sepe Marco Antônio Santos, o prefeito vem se recusando a receber a categoria desde 18 de novembro de 2013. Santos afirmou ainda que o prefeito não cumpriu as promessas feitas para a comissão de profissionais de educação.