Rio - Prestes a completar quatro anos da morte da modelo Eliza Samudio — ex-amante e mãe de um filho do ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes —, o caso está longe de chegar ao fim. Esta semana, a defesa do atleta deve entrar com ação na Justiça do Rio pedindo a anulação do reconhecimento da paternidade de Bruninho, de quatro anos. Fruto de uma relação rápida do casal, o menino vive hoje sob os cuidados da avó materna, em Mato Grosso, alheio à trama macabra que levou sua mãe à morte, no dia 10 de junho de 2010, poucos meses após ele nascer.
Francisco Simin, defensor de Bruno, diz que o ex-capitão do Flamengo não fez exame de DNA para comprovar a paternidade. A filiação foi reconhecida na Justiça em 2012 e, inclusive, pelo próprio jogador durante o julgamento em que foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza. Em agosto do ano passado, ele chegou até a dizer que faria o exame — a análise genética, aliás, era o maior desejo da modelo, motivo pelo qual ela foi sequestrada e morta.
“A ação está pronta e vamos entrar esta semana com a rescisória. Bruno não ofereceu material para DNA e a juíza decretou a presunção da paternidade através de depoimento. Nossa pretensão é anular. Ela (Eliza) saiu com um monte de jogadores e o Bruno que segurou a mala. Queremos a verdade”, tenta justificar o advogado. A Justiça determinou que 17% dos rendimentos do ex-goleiro fossem destinados à pensão do menino, além do valor resultante da venda do sítio de Bruno em Esmeraldas (MG), que serviu de cativeiro para Eliza.
A advogada da mãe da modelo, Maria Lúcia, acha difícil que a decisão seja revogada. “Depois de reconhecida a paternidade, não há como voltar atrás. No caso de uma negativa de fazer o exame, mas havendo elementos, a Justiça determina o reconhecimento”, disse. O rápido envolvimento de Eliza com Bruno resultou na gravidez. Durante a gestação, ela acusou o jogador de obrigá-la a ingerir abortivos. Quatro meses após o nascimento do filho, a modelo foi sequestrada, mantida em cárcere em Minas Gerais, onde foi torturada e morta.