Rio - O casal que chocou o Brasil ao participar do assassinato de um zelador em São Paulo, pode ter envolvimento em outro homicídio, desta vez no Rio de Janeiro. O delegado Geraldo Assed, da 36ªDP (Santa Cruz) afirmou que eram frequentes as brigas entre Ieda Cristina Martins e seu ex-marido, José Jair Farias, morto em 2005. O caso voltou à tona após a advogada e seu atual marido, o publicitário Eduardo Tadeu Pinto Martins, estarem envolvidos na morte de Jezi Lopes de Sousa, de 63 anos, que estava desaparecido deste o dia 30 de maio e foi encontrado esquartejado, na capital paulista.
"Relatos anteriores diziam que eles brigavam, tinham algum desentendimento, e ela parecia ser uma pessoa um pouco agressiva. Mas isso são depoimentos antigos", disse, em entrevista à Rede Record.
José Jair morreu no dia 20 de dezembro de 2005, com dois tiros de pistola 380, na Estrada dos Palmares, em Santa Cruz, na Zona Oeste. E na casa de Ieda, em São Paulo, foram encontradas munições e um silenciador para a arma do mesmo calibre. Ieda e José se conheceram na década de 1990 e moraram juntos no Rio de Janeiro por cerca de cinco anos. Desse casamento nasceu um rapaz, que hoje tem 19 anos.
Nesta quarta-feira, três filhas de um outro relacionamento do empresário estiveram na delegacia de Santa Cruz e prestaram depoimento. O delegado afirmou que testemunhas da época do crime apontaram Ieda e Eduardo com os possíveis mandantes do assassinato.
"As testemunhas apontam que eles poderiam ser os mandantes. Eles seriam as únicas pessoas que teriam um motivo para matar a vítima. Mas isso tudo também vai ser estudado e a gente também não pode se precipitar nessa investigação", diz.
O delegado revelou que Eduardo Tadeu Pinto Martins havia sido convocado para depor sobre o assassinato de José Jair. No entanto, por talvez já estar morando fora do Rio, não foi localizado pela polícia.
"O publicitário (Eduardo) havia sido intimado através de carta precatória. Ele não havia sido localizado. Após a morte da vítima (José Jair) ele deve ter ido para São Paulo. Ele não compareceu porque não foi localizado", afirma.
Zelador ficou dias desaparecido
O zelador desapareceu no prédio onde trabalhava na Casa Verde (zona norte) na última sexta-feira. As imagens de segurança do condomínio mostram que, por volta das 15h30, o zelador desceu em um dos andares para entregar cartas, mas não retornou nem pelo elevador nem pelas escadas.
As câmeras internas do prédio mostram que, por volta das 17h, Eduardo e Ieda arrastaram uma mala e um saco grande até um Logan preto. Questionado pela polícia, o morador admitiu não ter uma boa relação com o zelador, mas negou que tenha acontecido algo de errado entre eles naquele dia.
Em depoimento gravado por policiais na casa do casal em Praia Grande, o publicitário diz que a morte do zelador foi acidental e aconteceu após uma discussão entre os dois. “Ele bateu a quina no batente da porta mesmo, bateu e já caiu nós dois para dentro do apartamento. Quando ele caiu, eu fechei a porta. Aí fui lá, olhei os sinais vitais dele, se já estava morto."
O publicitário disse ainda que quando percebeu a morte do zelador não soube o que fazer, mas cuidou para que a esposa não descobrisse o que tinha acontecido. Ele disse ter colocado o corpo em uma mala e fugido para a cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo.
"Ela [Ieda] ia chegar, a gente ia fazer o trabalho de escola do meu menino. No domingo, nós saímos e eu falei para ela: 'ó, preciso resolver um problema'. E aí eu vim para cá [Praia Grande]."